Vacina brasileira contra a dengue - Conversa com o Prof. Ivo Castelo Branco
Update: 2024-03-04
Description
As arboviroses representam um conjunto de doenças infecciosas causadas por vírus denominados arbovírus, termo derivado do inglês "arthropod-borne virus", que significa vírus transmitido por artrópodes, incluindo insetos e aracnídeos como aranhas e carrapatos. Dentre as 545 espécies conhecidas de arbovírus, aproximadamente 150 são responsáveis por enfermidades em humanos. Tradicionalmente, a classificação de arbovirose abrange uma variedade de vírus causadores de doenças como mayaro, meningite e encefalites virais. Contudo, na contemporaneidade, o termo tem sido frequentemente associado às doenças veiculadas pelo mosquito Aedes aegypti, notavelmente a Zika, Chikungunya, dengue e febre amarela.
O pioneirismo na identificação dos artrópodes como vetores de doenças pertence ao médico e cientista cubano Carlos Finlay, que em 1881 propôs que a febre amarela era transmitida não por contato direto entre humanos, mas sim através de mosquitos. Esta hipótese foi posteriormente confirmada pelo major Walter Reed, médico do exército americano, em 1901. Além disso, em 1906, a transmissão da dengue pelo Aedes aegypti foi descoberta, marcando dengue e febre amarela como as primeiras doenças reconhecidas por serem transmitidas por vírus através de mosquitos.
O Aedes aegypti, principal vetor dessas doenças, é um mosquito pequeno, com menos de meio centímetro de tamanho, que raramente voa mais de meio metro acima do solo. Originário do nordeste da África, especificamente da região do atual Egito, esse mosquito foi introduzido no Brasil em 1685 por navios e desde então tem sido uma constante ameaça à saúde pública brasileira. A dengue, por exemplo, ressurgiu no Brasil em 1846, afetando cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Curiosamente, a doença recebeu apelidos culturais como "polca" no Rio de Janeiro e "urucubaca" em São Paulo. Já a febre amarela reemergiu de forma intensa em 1849, demonstrando a facilidade com que essas doenças podiam se espalhar na ausência de medidas sanitárias adequadas.
No início do século XX, a criação da Diretoria de Saúde Pública e a formação de uma brigada especializada na erradicação de mosquitos sob a liderança de Oswaldo Cruz marcaram um ponto de virada na luta contra o Aedes aegypti no Brasil. A implementação de campanhas de saneamento, o uso de inseticidas e a vacinação compulsória foram estratégias fundamentais adotadas, embora a última tenha levado a uma das maiores manifestações populares contra medidas de saúde pública, conhecida como a Revolta da Vacina.
A história das arboviroses no Brasil é um testemunho da complexa interação entre doenças infecciosas, saúde pública e desenvolvimento socioeconômico. Enquanto avanços significativos foram alcançados na prevenção e no controle dessas doenças, os desafios persistem, exigindo vigilância contínua, pesquisa e políticas de saúde pública adaptativas para proteger as populações vulneráveis.
O pioneirismo na identificação dos artrópodes como vetores de doenças pertence ao médico e cientista cubano Carlos Finlay, que em 1881 propôs que a febre amarela era transmitida não por contato direto entre humanos, mas sim através de mosquitos. Esta hipótese foi posteriormente confirmada pelo major Walter Reed, médico do exército americano, em 1901. Além disso, em 1906, a transmissão da dengue pelo Aedes aegypti foi descoberta, marcando dengue e febre amarela como as primeiras doenças reconhecidas por serem transmitidas por vírus através de mosquitos.
O Aedes aegypti, principal vetor dessas doenças, é um mosquito pequeno, com menos de meio centímetro de tamanho, que raramente voa mais de meio metro acima do solo. Originário do nordeste da África, especificamente da região do atual Egito, esse mosquito foi introduzido no Brasil em 1685 por navios e desde então tem sido uma constante ameaça à saúde pública brasileira. A dengue, por exemplo, ressurgiu no Brasil em 1846, afetando cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Curiosamente, a doença recebeu apelidos culturais como "polca" no Rio de Janeiro e "urucubaca" em São Paulo. Já a febre amarela reemergiu de forma intensa em 1849, demonstrando a facilidade com que essas doenças podiam se espalhar na ausência de medidas sanitárias adequadas.
No início do século XX, a criação da Diretoria de Saúde Pública e a formação de uma brigada especializada na erradicação de mosquitos sob a liderança de Oswaldo Cruz marcaram um ponto de virada na luta contra o Aedes aegypti no Brasil. A implementação de campanhas de saneamento, o uso de inseticidas e a vacinação compulsória foram estratégias fundamentais adotadas, embora a última tenha levado a uma das maiores manifestações populares contra medidas de saúde pública, conhecida como a Revolta da Vacina.
A história das arboviroses no Brasil é um testemunho da complexa interação entre doenças infecciosas, saúde pública e desenvolvimento socioeconômico. Enquanto avanços significativos foram alcançados na prevenção e no controle dessas doenças, os desafios persistem, exigindo vigilância contínua, pesquisa e políticas de saúde pública adaptativas para proteger as populações vulneráveis.
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