DiscoverPolítica ao Quadrado#41 - Guilherme Estrella: A Petrobrás e o preço da dependência
#41 - Guilherme Estrella: A Petrobrás e o preço da dependência

#41 - Guilherme Estrella: A Petrobrás e o preço da dependência

Update: 2021-11-01
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O geólogo e ex-Diretor de Exploração e Produção da Petrobras Guilherme Estrella está no 41º episódio do Política ao Quadrado. Estrella, que liderou a equipe que descobriu o pré-sal no Brasil e que iniciou sua exploração, discute a respeito de questionamentos que movimentam acirrados debates travados pela sociedade brasileira: Por que o preço da gasolina está tão alto? A Petrobras deve ser privatizada? O que a Petrobras representa para o Brasil? Qual a atual importância do petróleo na balança mundial de poder?
Segundo o geólogo, o atual preço dos combustíveis no Brasil é resultado de um projeto de país iniciado em 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff. Estrella assevera que a ruptura da lógica, implementada pelos governos petistas, de um sistema integrado de produção e de distribuição de energia, fundamentado na vasta e eficiente produção do pré-sal, impede que o combustível chegue ao consumidor brasileiro com o menor preço possível. Para o geólogo, o governo Bolsonaro abriu a Petrobras a fundos de investimentos internacionais que não teriam interesse em investir em um mercado de preços controlados.
No que concerne à privatização da Petrobras, Estrella é categórico: “a Petrobras tornou-se um fundo de investimentos e precisa ser ressuscitada”. De acordo com o geólogo, é sintomático que Paulo Guedes tenha aventado tal possibilidade em visita aos EUA. Guedes “ouviu a voz do dono”, afirma Estrella. O geólogo avança em sua argumentação, ao asseverar que, se um eventual governo progressista que estiver governando o país em 2023 não renacionalizar áreas da Petrobras que já são regidas pela iniciativa privada, ao futuro Chefe de Estado caberá apenas “gerir uma colônia”.
O geólogo acredita que o debate em relação ao futuro da Petrobras é intrínseco ao debate em relação ao futuro do Brasil. Na opinião de Estrella, a base energética é crucial para um projeto industrial autônomo e soberano. Ademais, o setor energético, em sua íntima relação com ciência, com tecnologia e com o pagamento de melhores salários aos trabalhadores, elucidaria a capacidade da Petrobras de cumprir seu papel ontológico de combater a desigualdade socioeconômica no Brasil.
Por fim, no que tange à atual importância do petróleo na balança mundial de poder, o geólogo discute, basicamente, dois aspectos. O primeiro trata do atual regime ambiental internacional que propugna por uma economia de baixo carbono. Segundo Estrella, a posição brasileira já é bastante favorável, uma vez que o país apresenta uma matriz energética distribuída 55% em fontes não-renováveis e 45% em fontes renováveis, ao passo que a média da matriz mundial é de 80% não-renovável e 20% renovável. O segundo aspecto analisado por Estrella relaciona-se ao hard power das grandes potências, as quais, cientes, de que a energia lhes mantém, historicamente, as hegemonias técnica, científica e industrial, elegeriam o domínio das grandes reservas mundiais de petróleo como uma das prioridades de suas políticas externas. Contextos que envolvem a atuação da Petrobras no Iraque e a Lava-Jato são citados como exemplos dessa dinâmica.
Quem faz o quadrado? O Política ao Quadrado é o podcast de primeira que vai ao ar toda segunda. A produção independente tem apresentação de Lívia Carolina e Caio Barros, técnica e vídeo por Kauê Pinto, edição e mixagem de Brunno Rossetti e produção de Germano Neto.
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