A perspectiva de um Natal sombrio para meio milhão de portugueses na Venezuela
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Maria José Castro vive na Venezuela há 52 anos e o retrato que fez do país numa entrevista a Alberta Marques Fernandes, na RTP Notícias, resume-se em duas palavras: miséria e caos. Miséria e caos agora agravados pelo isolamento a que os portugueses (e os venezuelanos) estão condenados desde 21 de Novembro. Nesse dia, as autoridades norte-americanas avisaram as companhias aéreas internacionais que "extremassem a cautela" ao sobrevoar a Venezuela e o sul do Caribe, diante do que consideravam "uma situação potencialmente perigosa na região".
Várias companhias, a começar pela TAP, suspenderam os seus voos para Caracas, o que levou o regime de Nicolás Maduro a revogar as licenças de voo da companhia nacional para a Venezuela. Para agravar a situação, o presidente Donald Trump anunciou este sábado que o espaço aéreo "sobre" e "ao redor" da Venezuela deveria ser considerado fechado "por completo".
Na Venezuela vive a segunda maior comunidade portuguesa na América Latina, logo a seguir à do Brasil. Nos Consulados Gerais de Caracas e Valência estão actualmente registados cerca de 218 mil cidadãos nacionais. Mas contando com os seus descendentes, este número sobe acima do meio milhão. Dispersos pelos 23 estados da Venezuela, os portugueses são uma força importante na agricultura, na pequena indústria e principalmente no comércio do país. A Central Madeirense, uma rede se supermercados, é um dos principais grupos económicos da Venezuela, com ligações aos serviços, ao turismo e à banca.
As autoridades nacionais dizem estar atentas à situação da comunidade. O isolamento que a ameaça – só duas companhias internacionais fazem hoje voos para Caracas -, agrava-se com o espectro de uma invasão terrestre pelas forças dos Estados Unidos. O Presidente da República diz por seu lado que “tem acompanhado através do Governo, permanentemente, tudo o que está a ser feito para prever os vários cenários possíveis e ter soluções".
Nestes tempos sombrios para os portugueses na Venezuela, todo o cuidado é pouco. Quisemos saber como é que eles estão a reagir a esta situação e para o efeito pedimos a Emídio Sousa, secretário de Estado das Comunidades, que nos traçasse um retrato da sua situação por estes dias.
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