DiscoverProf. Jesué - Inteligência Artificial e GovernançaAlan Turing, o pai da Inteligência Artificial ?
Alan Turing, o pai da Inteligência Artificial ?

Alan Turing, o pai da Inteligência Artificial ?

Update: 2025-10-18
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Sejam bem-vindos a mais um episódio da nossa série sobre os pioneiros da inteligência artificial. Hoje, vamos mergulhar em uma história fascinante — uma história de genialidade, coragem e tragédia. É a história de Alan Turing, o homem que, muito antes dos computadores como os conhecemos, ousou imaginar máquinas capazes de pensar. Imagine a Inglaterra dos anos 1930. O rádio ainda era a principal forma de comunicação, a Segunda Guerra Mundial estava prestes a começar, e a ideia de um “computador” parecia ficção científica. Nesse cenário nasce um jovem brilhante, curioso e inquieto: Alan Mathison Turing. Desde criança, Turing mostrava uma mente fora do comum — apaixonado por números, enigmas e pela possibilidade de que as máquinas pudessem um dia “raciocinar”. Mas o nome de Turing não está apenas associado a teorias. Ele se tornaria o homem que ajudou a mudar o rumo da história, decodificando os segredos da máquina Enigma — o sistema criptográfico usado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Esse feito monumental não só encurtou a guerra em anos, como salvou milhares de vidas. Ainda assim, o que o tornaria imortal na história da ciência seria outra invenção: o Teste de Turing, proposto em 1950. Uma ideia simples, mas revolucionária: seria possível distinguir uma máquina de um ser humano apenas conversando com ela? Turing chamou sua proposta de O Jogo da Imitação. Três personagens participam dessa experiência: um humano, uma máquina e um avaliador. Este último precisa descobrir quem é quem, apenas com base em respostas escritas. Se o avaliador não conseguir distinguir a máquina do humano, então a máquina teria, em certo sentido, passado no teste — demonstrando inteligência. Mas, para entender a dimensão dessa ideia, precisamos voltar um pouco mais no tempo. Séculos antes, o filósofo René Descartes já havia refletido sobre as chamadas “máquinas automatas” — mecanismos capazes de responder a estímulos humanos. Ele dizia que, embora essas máquinas pudessem falar e reagir, jamais conseguiriam sustentar uma conversa livre, criativa e consciente, como faz até o mais simples dos seres humanos. Turing, inspirado por esses pensamentos antigos e por seu amor pela lógica matemática, resolveu levar essa discussão para outro nível. Ele não queria apenas imaginar máquinas que respondessem. Ele queria provar, com base científica, que o pensamento humano poderia ser reproduzido em um sistema lógico, matemático, programável. E foi assim que, entre equações, algoritmos e devaneios sobre o futuro, nasceu o conceito que, até hoje, guia boa parte da inteligência artificial moderna. O Teste de Turing não era apenas uma brincadeira intelectual — era um espelho filosófico, um convite para repensarmos o que realmente significa ser inteligente. E talvez, sem perceber, Alan Turing tenha dado início a uma das maiores aventuras do século XX: a busca por uma mente artificial. Na primeira parte, conhecemos o início da trajetória de Alan Turing — um gênio que ousou perguntar se as máquinas poderiam pensar. Agora, vamos entender melhor como funcionava o famoso Teste de Turing e por que ele continua sendo um marco na história da inteligência artificial. Para Turing, a grande questão não era filosófica — era prática. Ele não perguntava “as máquinas podem pensar?”, mas “as máquinas podem nos enganar, fazendo-nos acreditar que pensam?” Essa sutileza transformou um debate abstrato em algo que podia ser testado, medido e observado. O teste funciona assim: há três participantes — um humano, uma máquina e um avaliador humano. O avaliador não vê nem ouve os outros dois, apenas lê suas respostas em um terminal de texto. Ele faz perguntas — sobre qualquer tema — e deve decidir, com base nas respostas, quem é a máquina e quem é o humano. Se, ao final da conversa, o avaliador não conseguir distinguir os dois, a máquina “vence” o jogo da imitação. Ou, como diríamos hoje, ela passa no Teste de Turing. Essa ideia, proposta em 1950, foi visionária.

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