É comum que as pessoas se sintam mais cansadas durante o fim de ano. As pessoas tendem a sentir um turbilhão de emoções e cobranças que são típicas do encerramento de mais um ano. As festas, os prazos no trabalho, as comparações sociais e o cansaço acumulado ao longo dos meses podem desencadear o que especialistas chamam de síndrome do fim de ano. Para o psicólogo Alex Cambruzzi, é importante saber diferenciar o estresse e a ansiedade do cansaço. “O cansaço é aquela manifestação que, quando eu tenho um repouso adequado, eu vou voltar com um estado de humor mais estável. Então eu posso até ter uma irritabilidade, eu posso ter uma dificuldade de concentração, o meu desempenho está um pouco alterado, mas, se eu fizer um repouso adequado, isso dissipa e eu noto, eu percebo, que essa força, essa energia, consegue retomar”, explicou.

O especialista também esclareceu que ansiedade e estresse são emoções naturais de qualquer pessoa. Porém, quando essas emoções se tornam prolongadas, é necessário ligar o alerta. “Como é que a gente detecta alguns sinais que a gente pode utilizar? Eu estou começando a ter insônia a maior parte das noites da semana, antes de dormir eu estou percebendo que preocupações, pensamentos acelerados estão muito presentes, eu não consigo desligar isso antes de descansar. Eu tenho uma irritabilidade, uma menor disposição para fazer as coisas por grande parte do tempo”, citou, acrescentando que procrastinação, palpitações e dores no peito e respiração mais curta também podem ser sinais de um estresse ou ansiedade acumulada. O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro. Confira:

Alex contou que o fim do ano traz uma série de marcadores sociais que aumentam a sensação de pressão e cobrança: maior exigência no trabalho, encontros sociais que despertam comparações com a vida dos outros e também um aumento natural dos gastos. Para o psicólogo, é possível desenvolver algumas estratégias interessantes para lidar melhor com essa pressão, que podem ser utilizadas, inclusive, em qualquer época do ano e situação. “Uma delas é, no meio dessa correria toda, implementar pequenas pausas e são pequeníssimas mesmo, às vezes você fazendo ali dois minutos, três minutos, você já tem um auxílio sob o ponto de vista neuroquímico cerebral que pode fazer toda a diferença na sua capacidade de produção, na sua disposição”, afirmou.

A recomendação é sair da rotina por alguns minutos para pausar e dessobrecarregar a mente, evitando o uso de celular. “É uma descompressão, uma desconexão total com o que está acontecendo naquele momento. Faz isso umas duas vezes por dia, vai repetindo ao longo da semana como forma de a gente usar aquilo que se chama de pausas conscientes”, destacou. Segundo Cambruzzi, do ponto de vista neurocientífico, essas micropausas são benéficas e auxiliam na disposição, criatividade, diminuem o cansaço e proporcionam bem-estar. “Óbvio que isso não resolve toda a problemática, mas para um momento onde talvez estejamos com menos tempo à disposição, não é hora de ficar tentando alocar ainda mais coisas mirabolantes, do tipo, ‘eu preciso fazer uma grande viagem para eu desestressar'”, comentou.

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