Franz Liszt e a densa Sinfonia de Dante
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Hoje vamos mergulhar na Sinfonia de Dante, uma das obras mais visionárias e, ao mesmo tempo, desafiadoras de Franz Liszt. A estreia aconteceu em 7 de novembro de 1857, no Teatro Real de Dresden, sob regência do próprio Liszt. A recepção? Digamos… nem todos estavam preparados para tanta ousadia.
Apresentado por Aroldo Glomb com Aarão Barreto na bancada. Seja nosso padrinho: https://apoia.se/conversadecamara
RELAÇÃO DE PADRINS Aarão Barreto, Adriano Caldas, Gustavo Klein, Fernanda Itri, Eduardo Barreto, Fernando Ricardo de Miranda, Leonardo Mezzzomo,Thiago Takeshi Venancio Ywata, Gustavo Holtzhausen, João Paulo Belfort , Arthur Muhlenberg e Rafael Hassan.
Tudo começou lá em 1837, quando Liszt estava curtindo a paisagem do Lago de Como ao lado de sua companheira Marie d’Agoult. Entre um passeio e outro, ele mergulhou na leitura da Divina Comédia de Dante Alighieri. Foi aí que nasceu a ideia de transformar esse épico literário em música – mas não apenas música: Liszt queria juntar som, poesia e até artes visuais. Teve até planos malucos, como projetar imagens em lanterna mágica durante o concerto e usar uma máquina de vento experimental para simular as rajadas do Inferno. Isso em 1850 e poucos! Visionário demais, né?
Em 1855, ele escreveu para o amigo e futuro genro, Richard Wagner, contando sobre a obra que estava compondo. A ideia era uma sinfonia em três movimentos: Inferno, Purgatório e Paraíso. Só que Wagner deu aquele pitaco clássico: disse que o Paraíso não podia ser representado em música. Liszt até aceitou o conselho – meio a contragosto – e deixou o último movimento em aberto, reduzindo-o a um coro feminino com trechos do Magnificat.
A estreia rolou em 7 de novembro de 1857, no Teatro Real de Dresden, com o próprio Liszt regendo. E olha… foi um fiasco! Faltou ensaio, a imprensa caiu matando e até amigos próximos ficaram com o pé atrás. Mas a obra sobreviveu ao tempo e hoje é considerada uma das mais ousadas tentativas de unir literatura e música no século XIX.