Mais demanda e menos dinheiro, como a EJA vai fechar a conta da pandemia?
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O Folha na Sala debate os desafios da educação de jovens e adultos em um país onde 72 milhões de pessoas ainda não concluíram o ensino básico. Apesar de toda a demanda potencial, a EJA tem visto o número de matrículas e investimentos despencarem.
A destinação de recursos para a modalidade vem caindo quase ininterruptamente desde a década passada. Em 2012, foram R$ 1,8 bilhão, em 2020, foram apenas R$ 8 milhões.
A pandemia, que poderia ter aprofundado o fosso, fez a queda no número de matrículas perder velocidade. De 2019 a 2020, a EJA registrou uma diminuição de 8,3% nas matrículas. Ou seja, quando a pandemia começou, já havia 270 mil estudantes a menos nas salas de aula.
Em 2021, depois de um ano de ensino remoto, as matrículas caíram apenas 1,3%, o que representa cerca de 40 mil alunos a menos.
Na escola estadual Pedro Moreira Matos, em São Miguel Paulista, extremo leste de São Paulo, fomos conhecer um trio de amigos nordestinos que voltou a estudar durante a pandemia, pelas facilidades do ensino remoto, uma das explicações para esse fenômeno.
No interior de Minas Gerais, em Alfenas, conhecemos José Carlos Nogueira, um pedreiro que dividiu seu tempo entre a obra e os estudos e se formou graças à EJA. Hoje, ele volta às salas de aula da Educação de Jovens e Adultos, mas de uma forma diferente.
Ainda contribuem para a análise do futuro e desafios do EJA as professoras e pesquisadoras Maria Clara di Pierro, da Faculdade de Educação da USP; Maria Hermínia Lage Fernandes, da UFSC, e os professores Adenilson Cunha Jr, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, e Fernando Frochtengarten, diretor da EJA do colégio Santa Cruz.
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