DiscoverP24O acidente que não devia ter acontecido só aconteceu porque alguém ou alguma coisa falhou
O acidente que não devia ter acontecido só aconteceu porque alguém ou alguma coisa falhou

O acidente que não devia ter acontecido só aconteceu porque alguém ou alguma coisa falhou

Update: 2025-09-05
Share

Description

Numa declaração aos jornalistas feita a quente, o presidente da Câmara de Lisboa disse uma coisa sobre a tragédia do elevador da Glória que qualquer cidadão compreende com facilidade: “É um acidente que não devia ter acontecido.” Nesta constatação, há bem mais do que um protesto normal contra a imprevisibilidade, contra aquele tipo de fenómenos, de efeitos ou de acontecimentos que a humanidade não consegue antecipar, prevenir ou evitar. Há igualmente a sensação de havia eventualmente alguma coisa que se devia ter feito e não se fez. Exactamente: este acidente, não devia ter acontecido.

Mas aconteceu e as consequências são tão devastadoras em número de mortos e de feridos que, de imediato, engenheiros, políticos e jornalistas se empenharam em procurar respostas para se saber se, de facto, o desastre podia ter sido evitado. E de imediato todas as pistas apontaram para o mesmo caminho: para o da manutenção. Ou da falta dela. Não é normal que um cabo de aço grosso, que é composto por um interminável novelo de cabos de aço finos entrelaçados, tenha rebentado de um momento para o outro. Não é normal que a empresa que faz a manutenção do Elevador da Glória tenha verificado as suas condições de funcionamento na manhã da tragédia sem que tenha dado conta, ou sequer suspeitado, que alguma coisa não estava bem.

Ainda vão demorar semanas, meses, até que um relatório técnico devidamente avalizado nos esclareça por completo sobre o que aconteceu. Mas, como estas coisas não devem acontecer, importa saber que rede de normas e procedimentos existe em Portugal para nos garantir a segurança de infraestruturas sensíveis. Caso do elevador da Glória. Entre empresas certificadas que tanto se dedicam a manter um elevador que entre a partida e a chegada acusa um desnível de 48 metros como um comboio da linha de Cascais e técnicos da Carris que durante anos sabiam das manhas do elevador, há escolha possível? Os intervalos de manutenção, que a Carris diz ter cumprido, foram feitos para o tráfego da Lisboa pacata de há uns 20 anos, ou foram actualizados para dar resposta à enorme carga do turismo dos últimos anos?

Tanto como saber porque aconteceu o que não devia ter acontecido, importa saber se a manutenção e a fiscalização de equipamentos de transporte, de centrais cruciais ao abastecimento de energia ou água, as pontes ou as linhas férreas têm um enquadramento legal e técnico actualizado e eficiente.

Para nos ajudar a encontrar respostas a estas perguntas, contamos com a presença neste episódio de Carlos Neves, Engenheiro Mecânico com vasta experiência profissional que preside ao colégio de mecânica da Ordem dos Engenheiros.

See omnystudio.com/listener for privacy information.

Comments 
In Channel
loading
00:00
00:00
x

0.5x

0.8x

1.0x

1.25x

1.5x

2.0x

3.0x

Sleep Timer

Off

End of Episode

5 Minutes

10 Minutes

15 Minutes

30 Minutes

45 Minutes

60 Minutes

120 Minutes

O acidente que não devia ter acontecido só aconteceu porque alguém ou alguma coisa falhou

O acidente que não devia ter acontecido só aconteceu porque alguém ou alguma coisa falhou

PÚBLICO