Discoverreciferock 20250509RESENHA: Amps & Lina – Curva e Linha
RESENHA: Amps & Lina – Curva e Linha

RESENHA: Amps & Lina – Curva e Linha

Update: 2007-10-17
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Description

Amps & Lina - Curva e Linha


Amps & Lina – Curva e Linha (2007/Independente)


Escute: Amps & Lina – Deja Vu

[audio:http://www.reciferock.com.br/musica/amps_e_lina-deja_vu.mp3]


O Amps & Lina é, em uma palavra, uma banda “esquizofrênica”, no que o termo carrega de melhor quando o assunto é música. Ou seja, intriga, fascina, causa estranheza e às vezes até uma certa repulsa, tudo ao mesmo tempo. “Curva e Linha” é o típico álbum que não pega de primeira (perdão pelo clichê), e merece ser ouvido mais de uma vez antes de uma conclusão definitiva, pois alguns detalhes estão escondidos debaixo da voz angustiada e propositalmente tediosa de Luciana Medeiros e dos violinos mórbidos de Lorena Arouche.


O álbum abre com o tema-título, que começa com pogramação eletrônica e com a voz monocórdica de Luciana. Quando a gente pensa que a faixa se resume apenas a isso, vem efeitos tipo Radiohead fase Kid A e a banda inteira explode depois num belo ritual de melancolia, onde o violino passa a dar as cartas no meio da canção, que vai num crescente acachapante até o final.


“Deja Vu” oferece uma bela levada de guitarra em seu início, e a coisa fica um pouco mais pop, mais “acessível”. Mas a melancolia continua a ser a guia-mestre deles, que se saem muito bem nesse caminho. O violino, aqui, aparece primeiro só como detalhe, e depois explode junto com toda a banda.


“Quanto Custará” envolve melodia eletrônica, a voz que exala dicotomia de Luciana (fascina e causa agonia ao mesmo tempo) com violino em primeiro plano e uma letra tristíssima. De doer de tão bonita, embora não seja uma beleza fácil de ser apreciada. O violino dá um tom de morte que parece estocar o coração do ouviente com seu arco.


“Vôo a ti” vem mais convencional no início, mas aqui as aparências também enganam. Logo vem aquela voz (sabe-se lá saída de onde), cutuca, incomoda, e quando tudo parece absolutamente inacessível, entra a banda com uma tremenda pegada pop, que vai numa levada hipnótica e envolvente até determinado momento, para depois confundir tudo novamente.


O disco é encerrado com “De que canto partiu”, título bem apropriado para algo tão difícil de definir.


“Curva e Linha” é um trabalho delicado, ousado, calculadamente frio e muito interessante. Vai desagradar muita gente, mas deve encontrar seu público entre fãs de Radiohead, Joy Division e My Bloody Valentine, embora se pareça muito pouco com tudo isso. Ou seja, além de tudo, o amps & lina tem identidade. Ouça. Depois ame ou odeie. Aqui sequer há espaço para um muro para poder ficar confortavelmente em cima dele. Ele (o muro) foi, literalmente, destruído.


www.myspace.com/ampslina


Cotação: Excelente (5/5)



Amps & Lina (divulgação)

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Hugo Montarroyos