RESENHA: Volver – Acima da Chuva
Description

Volver – Acima da Chuva – 2008 (Senhor F)
Escute: Volver – Tão Perto, Tão Certo
[audio:http://media.trama.com.br/tramavirtual/mp3/m_41/208950.mp3]
Primeiro a notícia:
”A banda Volver lança seu novo disco em parceria com o portal MySpace Brasil neste dia 3 de julho. Batizado de ”Acima da Chuva”, o disco traz onze canções com a marca registrada da banda recifense. O disco integral ficará disponível para “download” gratuito por um mês, até o lançamento de sua versão física. É o décimo – primeiro lançamento de Senhor F Discos e segundo da banda pelo selo”.
http://www.myspace.com/volverbrasil
Fonte: Senhor F
Agora a resenha: Volver – Acima da Chuva
O segundo disco de uma banda serve, entre outras coisas, para reafirmar a identidade dela. Para deixar claro, de uma vez por todas, qual o tratado estético a ser seguido por ela. Com “Acima da Chuva” o Volver consegue tal intento na maior parte do álbum. E, quando não alcança esse objetivo, deixa explícito algumas influências, sendo Strokes e Los Hermanos as mais visíveis delas.
“Acima da Chuva” supera a ótima estréia do Volver com “Canções Perdidas num Canto Qualquer”. As letras, que já eram boas no primeiro trabalho, ganham um cuidado ainda mais especial neste. Mas o que salta aos olhos mesmo é a evolução vocal de Bruno Souto. Dá para perceber que ele se preocupou bastante com a qualidade da voz em todas as faixas. Parece ter sido essa também uma das preocupações dos produtores Leo D e William P, do Mr. Mouse, que novamente fazem um trabalho primoroso com a banda.
“Acima da Chuva” abre com a bela “Pra Deus Implorar”, e fica de cara a impressão de que estamos diante de um disco do Strokes com Marcelo Camelo nos vocais. Antes que os mais chatos (como eu) se apressem em atirar as pedras, vale ressaltar que a comparação aqui não é depreciativa, muito pelo contrário. Outras duas faixas seguem essa linha: “Não Sei Dançar” e “Tão Perto, Tão Certo”. Esta última sintetiza o trabalho lírico de Bruno Souto, simples e direto, criativo mas sem frescuras, vide o verso “para sentir tão perto sua ausência em mim”. O trabalho de guitarras é notável, assim como a evolução deles como músicos.
Mas é quando o Volver se aproxima do Volver que o disco extrai seus melhores momentos. “Acima da Chuva” não foi escolhida à toa como canção-título. Trata-se da composição que melhor retrata a personalidade da banda, aquela que carrega o DNA e a assinatura do Volver: balada entre o inteligente e o ingênuo.
Outro momento de destaque é “Coração Atonal”, que traz a melhor letra do disco, sem vergonha de citar Elton John e de ser corajosamente brega em sua poética. Aliás, um brega de categoria, diga-se de passagem, pois não é qualquer um que é capaz de escrever algo como “eu desafino com você nesse meu coração atonal”.
Em suma, não dá para escapar do chavão nessas linhas: “Acima da Chuva” apresenta um Volver mais maduro, tanto na parte musical como nas letras. E a conclusão parece lógica: quem gosta do Volver vai gostar ainda mais. Já quem não gosta…
Cotação – ótimo





