Nesta edição do Macro Insights, os economistas da Ágora comentaram sobre a política comercial de Donald Trump. Após nove meses do início da implementação das tarifas, recentemente, houve uma trégua sobre este tema, com o acordo entre EUA e China. Destacaram ainda que a tão temida estagflação por conta das tarifas não se materializou. A economia americana continua crescendo em ritmo moderado, impulsionada pela Inteligência Artificial. A inflação, por sua vez, segue resistente e fora da meta do Fed, enquanto o mercado de trabalho mostra esfriamento com um menor ritmo de contratações. O Fed conseguirá equacionar inflação pressionada e emprego fraco?

No que se trata de Brasil, comentaram sobre a valorização do real frente ao dólar, que ajudou a levar a inflação doméstica para próxima do teto da meta (4,5%). Apesar da desaceleração gradual da economia, os dados de emprego seguem resilientes. Além disso, a preocupação fiscal continua no radar, com juros nominais e reais em níveis elevados. O Banco Central tem mantido tom mais duro em seus comunicados recentes. Os economistas comentaram que projetam início de ciclo de corte de juros na reunião do Copom de março de 2026. Estimam Selic em 12% no final do ano que vem.

Por fim, discutiram as perspectivas de investimentos para 2026, com um cenário mais favorável para renda variável à medida que os cortes de juros se consolidem. Em ciclos passados de afrouxamento monetário, a bolsa teve boa performance nos meses seguintes. Vale dizer ainda que, a primazia da renda fixa permanece válida, especialmente diante dos juros elevados no curto prazo. A postura criteriosa na seleção dos ativos continua sendo necessária, com investidores devendo priorizar empresas boas pagadoras de dividendos.