Uma inteligência insuficiente
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#106 – Me chamou a atenção, desde que estudei para escrever o meu livro mais recente, Baleias no Deserto: o corpo, o clima, a cura pela terra, a discrepância enorme entre a sofisticação do nosso conhecimento filosófico, científico e social sobre a era de extinção em massa em que vivemos e o modo como um grande público, o eleitor e o político tratam desse assunto.
Isso diz respeito a tudo, e é um grande desafio no ensino e na literatura.
Me parece que estamos falando de espaços afetivos e discursivos completamente diferentes e que se comunicam muito pouco.
Se o mundo fosse uma escola, é como se estivessem tocando fogo nas carteiras enquanto estamos discutindo a ordem dos parágrafos de um panfleto sobre a cultura de paz.
Não estamos à altura desse desafio. Não estamos à altura do nosso tempo.
Não é à toa que estejamos pensando tanto a ideia de inteligência. Vieses cognitivos, inteligência das espécies e inteligência artificial.
Você já reparou como estamos falando em inteligência na última década?
Ao que parece, estamos buscando fora a inteligência que supostamente falta à nossa espécie.
O que está acontecendo que, na era da comunicação, nunca estivemos tão embotados e tão divididos?