DiscoverNa Terra dos Cacos“Hoje, já não acredito que a verdade vem sempre ao de cima”
“Hoje, já não acredito que a verdade vem sempre ao de cima”

“Hoje, já não acredito que a verdade vem sempre ao de cima”

Update: 2025-10-01
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João Paulo Borges Coelho tem novo livro, mais um voo rasante sobre a história de Moçambique, tendo como protagonista um moçambicano que sabia ler e escrever num tempo em que muitos dos brancos que iam da metrópole eram analfabetos. José Fernandes Jr., o personagem central de Narração Nocturnaeditado pela Caminho, é encarregado pelos denominados Chefes Grandes de escrever a história da Chiúta, distrito na província de Tete.

Sendo “Moçambique um país, como no resto de África, em que se nasce muito e se morre muito e muito cedo, a memória social ou colectiva é muito frágil”, o escritor moçambicano insiste em “remar contra a maré”, mas confessa que se “antes acreditava que a verdade acaba sempre por vir ao de cima: hoje já não acredito nisso”.

E embora esteja em paz com a ideia de que “a evolução é uma espécie de entropia, perdem-se coisas para se ganhar novas coisas”, a ele cabe-lhe “esta luta” de “levantar coisas” que lhe parecem importantes e que acha “importante que sejam relembradas”.

Antes da entrevista, na primeira parte, António Rodrigues e Elísio Macamo voltam ao tema da Guiné-Bissau, depois de na semana passada o Supremo Tribunal ter dado mais um golpe na estrutura carcomida da democracia, atacada por todos os lados pelos caprichos do Presidente Umaro Sissoco Embaló, cujo mandato terminou a 27 de Fevereiro, mas que se mantém no poder por sua livre e espontânea vontade.

Desta vez, a maioria dos juízes recusou apreciar a candidatura da coligação PAI-Terra Ranka, que ganhou com maioria as eleições de Junho de 2023, porque a mesma teria sido entregue fora de prazo, apesar de na justificação o tribunal referir que o prazo acabava a 25 de Setembro e a candidatura entrara no dia 19.

Também conversam sobre o anúncio da próxima cimeira África-França, que se realizará em Maio de 2026, pela primeira vez num país cuja língua oficial não é o francês. A cimeira tem por título Africa Forward, porque não só aponta para o futuro como está em inglês. Apesar de os franceses continuarem a olhar para si como herdeiros de um império que deixou a sua língua como língua oficial de cerca de 30 países, há muito que o francês deixou de ser língua franca, substituído pelo inglês. E até Paris o reconhece.

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