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Podcast Anpof
Author: Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia
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Podcast da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia.
38 Episodes
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Neste episódio, convidamos o Podcast Pensatório para falar sobre vacinação. Felipe Gonçalves Pinto conversou com Andrea da Luz Carvalho e Marcelo Senna Guimarães. A conversa aborda os planos de imunização contra Covid-19 no Brasil, os obstáculos impostos por discursos negacionistas, as estratégias de combate à desinformação e as contribuições das áreas das ciências humanas e sociais diante do cenário de incertezas que se agravou no contexto pandêmico e que ainda deve se prolongar mesmo com a vacinação.Os entrevistados destacaram a importância de conjugarmos as dimensões éticas individuais e coletivas e de pensarmos uma ecologia do vírus para lidar com a complexidade da ciência e as incertezas da pandemia de maneira a amenizar seus impactos socioeconômicos e evitar ilusões simplificadoras que podem tornar a situação ainda mais instável e dramática.De acordo com eles, embora o Sistema Único de Saúde conte com privilegiada estrutura de produção de vacinas e atendimento da população brasileira, as ações dos governos não têm respondido com o devido planejamento e rapidez ao que estamos vivenciando tanto em termos de saúde pública quanto no âmbito da educação, que já vinha sofrendo com cortes e com discussões reducionistas sobre a sua instrumentalização. A lentidão e a desorganização das ações governamentais comprometem, assim, o desenvolvimento humano e o bem-estar da população.Pensatório é um Projeto de Extensão do CEFET/RJ campus Maria da Graça que produz podcasts de filosofia com estudantes e professores de diferentes áreas a partir de provocações sobre o pensar, o ensino, a escola, a vida e seus avessos. O Projeto de Extensão Pensatório é coordenado pelos professores Felipe Gonçalves Pinto e Luciano de Melo Dias, conta com a colaboração do estudante de ensino médio Jonathan Santos e com a parceria do Projeto de Extensão Filosofia na Sala de Aula (coord. pelo professor Marcelo Senna Guimarães – Unirio). Arte do professor Diego Uzêda.Andrea da Luz Carvalho, psicóloga, sanitarista, mestre em saúde coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Coordenadora Geral de Gestão de Pessoas da Fiocruz.Marcelo Senna Guimarães, professor do Departamento de Filosofia da UNIRIO, do Programa de Pós-graduação em Filosofia e Ensino do CEFET/RJ e coordenador do Projeto de Extensão Filosofia na Sala de Aula.Felipe Gonçalves Pinto, professor de Filosofia do CEFET/RJ campus Maria da Graça do Programa de Pós-graduação em Filosofia e Ensino do CEFET/RJ e coordenador do Projeto de Extensão Pensatório.
Nesse segundo episódio do Podcast da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia, recebemos o professor e médico Marco Antônio Azevedo. A professora Dra. Franciele Petry (Filosofia/UFSC) é quem entrevista o professor do programa de pós-graduação em Filosofia da Unisinos sobre os dilemas éticos da pandemia. Nesse contexto de pandemia, Marco Antônio está na linha de frente como médico, atuando no pronto socorro de Porto Alegre, e também como professor. Junto a Darlei Dall'Agnol, Marcelo Araújo e Alcino Bonella, ele tem trabalhado numa proposta de diretrizes para destinação de leitos de UTI. Nessa conversa, ele explica a Covid-19 e, ao compartilhar as informações sobre essa doença, indica o caminho trilhado para busca de fundamentos normativos que devem guiar as decisões médicas nesse momento.Em um cenário em que os recursos hospitalares são escassos e o volume de pacientes é elevado, quais os critérios devem ser utilizados para alocação dos leitos e utilização dos ventiladores de UTI? Faixa etária? Quem deve ter prioridade para receber o tratamento considerado "ótimo": quem está em situação mais grave ou quem tem mais chance de recuperação? O critério da fila funciona nessa situação? São estas a questões que serão discutidas nesse episódio.Tem sugestão de pauta? Quer ouvir alguém aqui? Escreva-nos: comunicacao@anpof.org.brEste podcast é produzido por Franciele Petry (diretora de comunicação da Anpof) e Nádia Junqueira (assessora de comunicação da Anpof).
O primeiro episódio do Podcast da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia convida a professora Dra. Rosângela Chaves (UFG). Nesta conversa, Rosângela pensa a situação de isolamento social vivida na pandemia a partir de conceitos de Hannah Arendt, como isolamento, solidão e solitude. Ela também pensa, de forma mais ampla, a condição de solidão dos seres humanos que está além da situação de isolamento social vivida em tempos de pandemia.Rosângela é jornalista, mestre e doutora em Filosofia pela UFG e professora do curso de Direito da Faculdade Católica de Anápolis. Autora do livro A capacidade de julgar - um diálogo com Hannah Arendt, colunista e editora do Ermira Cultura.Este podcast é produzido por Franciele Petry (diretora de comunicação da Anpof) e Nádia Junqueira (assessora de comunicação da Anpof).
A conversa de hoje dá início a uma curta temporada de episódios gravados durante o XX Encontro Anpof, em Recife, entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro de 2024. Para discutir filosofia e raça no Brasil, convidamos o prof. Dr. Teófilo Reis (Trinity University) que conduziu uma conversa com a profa. Dra. Alice Lino (UFR) e com o prof. Dr. Rogério Saucêdo (UFPE).Nesta conversa, Rogério e Alice contam como, de trajetórias ditas canônicas, eles chegaram a esse tema que hoje ocupa as suas pesquisas. Os professores compartilham de reflexões importantes sobre a discussão em torno de raça, enquanto conceito. Alice Lino defende que, filosoficamente, este termo é insuficiente e está sempre vinculado a uma necessidade política e econômica de submeter um grupo. Saucedo indica os problemas que giram em torno da questão se existe raça e sublinha que, essa questão, são os filósofos quem deve responder.Eles também defendem como a filosofia ajuda a pensar no que é ser negro no Brasil, como a perspectiva europeia sobre raça não alcança quem nós somos e a importância de jogar luz na história para termos uma nova perspectiva. Alice e Rogério ainda conversam sobre as armadilhas e vícios a serem evitados ao pensar sobre filosofia e raça e compartilham sugestões de leituras para quem quer conhecer mais sobre o tema.Acompanhem!
Há 12 anos o Encontro Anpof se expandiu com a chegada da Anpof Ensino Médio, rebatizada de Anpof Educação Básica desde a última edição, no evento em Goiânia. Na próxima semana será realizado o sexto encontro Anpof Educação Básica, que vai acontecer em Recife, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, no campus da Universidade Federal de Pernambuco.Esta edição consolida o objetivo de sua fundação de aproximar a pós-graduação e a educação básica. A programação contempla atividades virtuais e presenciais, com apresentações de trabalho, além de atividades formativas para docentes e pesquisadores e pesquisadoras envolvidas na área de Ensino de Filosofia e Educação. Para aquecer os debates, reunimos numa conversa neste episódio três profissionais engajados com o Ensino de Filosofia. Recebemos o prof. Dr. João André Fernandes (CEFET/RJ), que atua no Ensino Básico Integrado e no Mestrado em Filosofia e Ensino; o prof. Dr. Eduardo Barra (UFPR), que é o coordenador geral do Programa de Mestrado Profissional em Filosofia, o Prof-Filo. Para mediar a conversa, temos a profa. Ma. Rita Martins (IF Baiano), mestranda do Prof-Filo do IFSertãoPE.Nesta conversa, eles recuperam a história da Anpof Educação Básica, ressaltando como é o resultado de uma mobilização da comunidade filosófica, mas também das escolas e secretarias de Educação. Eles compartilham da importância desse espaço que nasceu para acolher o professor de Filosofia que não estava vinculado a nenhum Programa de Pós-graduação em Filosofia. Este evento valoriza o trabalho dos professores de Filosofia na educação básica, sobretudo no Ensino Médio, e é um espaço privilegiado para ter acesso a saberes que são desenvolvidos em sala de aula e precisam ser conhecidos para a formação dos estudantes de licenciatura.Eles ainda discutem os desafios enfrentados nos últimos anos e a necessidade de se discutir, propositivamente, um projeto de currículo de filosofia formulado pela comunidade.
Uma onda que não pode ser contida e que arrasta tudo provocando mudanças. É assim que a professora Dra. Tessa Lacerda (USP/diretoria Anpof) e o professor Dr. Érico Andrade (UFPE/Presidente da Anpof) enxergam o debate sobre Filosofia e Raça e a entrada de novos pensamentos na Filosofia que desafiam a história de uma única Filosofia.Tessa e Érico trazem para este episódio esse tema que vai ocupar a última noite dos debates do XX Encontro Anpof, que vai acontecer em Recife, entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro. Na mesa do encontro, vão discutir Filosofia e Raça a professora Dra. Halina Leal (FURB), o professor Dr. Renato Noguera (UFRRJ) e o professor Dr. Wanderson Flor (UnB). Neste episódio, Tessa e Érico, ambos formados em Filosofia Moderna, justificam a urgência de se ter este tema ocupando um lugar privilegiado de debate, como será no Encontro Anpof. A partir da experiência como professores, eles contextualizam como o tema é uma demanda que vem dos estudantes, que trazem novas questões e a necessidade de se pensar a partir de diferentes perspectivas. A experiência deles indica não apenas a possibilidade, mas a necessidade, de mudar as ementas trazendo pensadores e pensadoras historicamente invisibilizados e questionando o conceito de história da Filosofia em si. Eles defendem que há a possibilidade de pensar diferentes narrativas em diferentes tempos históricos e, também, de pensar, por exemplo, antirracismo, a partir de filósofos canônicos.Venha ouvir essa conversa!
Encerrando a Anpof 8M, mas abrindo uma série de podcasts sobre o XX Encontro Anpof, a gente recebe duas professoras para aquecer a conversa de uma das mesas redondas desta edição do evento: Filosofia e Gênero.Lá em Recife teremos Letícia Nascimento, Marilia Moschkovich e Sara York discutindo esse tema. Hoje, temos as professoras Carla Rodrigues (UFRJ) e Yara Frateschi (Unicamp) levantando a bola de algumas discussões sobre o tema em nosso podcast.Nesta conversa, estas professoras compartilham as trajetórias que levaram às feministas negras e como isso ampliou as suas reflexões e mudou seus trabalhos. Elas compartilham sobre a nova realidade das salas de aula, cada vez mais diversas, e como se torna incontornável uma mudança que surge no fazer teórico e culmina numa nova postura de estar em sala de aula e orientar.Este caminho, que elas compartilham nessa conversa, levou à importante e inevitável discussão sobre a necessidade de repensar o cânone e as bibliografias dos cursos. Carla Rodrigues e Yara Frateschi, no entanto, defendem o seguinte posicionamento: nem deixar de renovar a biblioteca permanentemente, nem jogar fora os livros importados. Elas falam da tarefa necessária de incomodar a história da filosofia, sem substituí-la, e de estressar o pensamento.As professoras compartilham que é preciso aprender a dormir com as contradições na filosofia e que filósofas como Sueli Carneiro, Denise Ferreira da Silva e Lélia Gonzalez ensinam como desenvolver pensamentos críticos, sem deixar de dialogar com a tradição.Diante de uma terrível desigualdade de gênero e de raça na área, Carla Rodrigues e Yara Frateschi defendem a sala de aula como o primeiro dos muitos campos de batalha e, por isso, a mudança deste cenário pode começar a ser feita desde já.
A gente encerra com este episódio a série comemorativa da Anpof 40 anos, em que entrevistamos ex-presidentes da nossa associação. Nesse último episódio Oswaldo Giacoia, professor da Unicamp e ex-presidente da Anpof, é entrevistado por Adriana Delbó, professora da UFG e integrante da diretoria da Anpof. Adriana foi formada por Giacoia, como estudante e como orientanda, e a conversa entre os dois foi justamente sobre a Filosofia como formação.Para pensar esse tema, Giacoia e Delbó mobilizam um autor que está no centro das pesquisas de ambos: Nietzsche. Eles recuperam a crítica do filósofo sobre a educação moderna, que confunde conhecimento autêntico com educação estéril ao colocá-la a serviço de fins utilitários e mercantis. Essa reflexão serve para que os professores pensem o papel da Filosofia no nosso tempo, a sua vocação para a formação e promoção da cultura, a distinção entre educação e formação. Eles também criticam como a Filosofia foi submetida à divisão técnica do trabalho intelectual.Nessa conversa, os professores ainda comentam como a Filosofia ajuda a promover a tarefa do ensino. Para isso, defendem que a educação deve englobar tanto o educando quanto o educador e é dela que podemos esperar a crítica da funcionalização do pensamento. Para isso, eles ainda argumentam sobre a importância de não se descartar a historia da filosofia: sem ela, essas reflexões não podem ser feitas. Recorrer à história da filosofia, para eles, não é ser escrava dela, mas ter fonte para conseguir dar outros rumos para ela. Por fim, eles discutem como a democratização do ensino insere novas realidades e abre para novos modos de se fazer filosofia. Acompanhe a última conversa da nossa série Anpof 40 anos.
Neste ano, completaram-se 10 anos das jornadas de junho. Para refletirmos sobre esse tema, convidamos para este episódio o professor Rodrigo Nunes (PUC/Rio e Essex), autor do livro Nem vertical nem horizontal – Uma teoria da organização política. Quem conduziu essa conversa foi a professora Georgia Amitrano (UFU/Anpof).O livro, recém publicado pela Ubu Editora, analisa a questão da organização política em um contexto marcado pelo ciclo mundial de levantes, que teve como marco inicial as manifestações da Primavera Árabe, em 2011. Pensando os desdobramentos em nosso contexto, Rodrigo reflete sobre as jornadas de junho e sobre como a direita se beneficiou deste movimento, mas também fala sobre os efeitos positivos dos desdobramentos desse evento. Pautas como as ambientais, indígenas e raciais ganharam espaço no campo de esquerda a partir deste evento, além da própria renovação de quadros, de acordo com Rodrigo. O pesquisador reflete sobre a pergunta que foi colocada sobre esse turbilhão de acontecimentos e como a narrativa sobre o combate à corrupção se apresentou como resposta. Rodrigo compartilha nesse episódio como, neste livro, ele subverteu a suposta oposição, que parecia evidente, entre organização vertical e horizontal e como construiu uma reflexão que se volta à prática política. Para ele, as duas formas de organização sempre estiveram dadas em misto o tempo todo, em proporções diferentes.Quais erros cometemos nos passado que nos ajudam a não cometermos no futuro? Ouça Rodrigo falar sobre o que ele chama de luto da derrota dos dois modelos.
Neste ano em que celebramos os 40 anos de existência da Anpof, a diretoria da nossa associação compartilha com a comunidade filosófica brasileira algumas questões que devem ser discutidas para pensarmos as próximas décadas da Anpof. O sofrimento psíquico na universidade é uma delas. Para refletir sobre esse tema, o presidente da Anpof, prof. Érico Andrade (UFPE), que também é psicanalista, convidou a profa. Tessa Lacerda (USP), da USP e que integra a atual diretoria, e Heribaldo Maia, mestrando em Filosofia (UFPE) e autor do livro "Neoliberalismo e sofrimento psíquico: o mal-estar nas universidades" publicado no ano passado pela Ruptura Editorial. Tessa é presidente da comissão de defesa de direitos humanos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, na USP, e participa dessa comissão há seis anos. Ela compartilha nesse episódio algumas de suas experiências e reflexões a partir desse espaço. Nossos convidados comungam da ideia de que há uma epidemia de sofrimento na universidade. Para pensar esse tema, eles discutem sobre o ambiente competitivo, as neuroses produzidas na universidade, a cobrança relatada pelos estudantes e a pressão pela exigência. Eles chamam atenção para o fato de que esse sentimento é atravessado por experiências de margem, por pessoas periféricas, negras, indígenas e trans, por exemplo e para a urgência da universidade repensar sua estrutura. Eles comentam sobre a importância de se investigar a universidade como território de produção de sofrimento e mapear escutadores, mesmo que não sejam profissionaisTessa reconhece o esforço de se garantir inclusão, mas alerta que se não houver escuta e olhar sensível para os indivíduos, essa inclusão será insuficiente. Heribaldo e Tessa comentam como as cotas trouxeram um novo desafio para a universidade, por trazer para esse espaço pessoas com realidades atravessadas por dificuldades materiais diversas. Esta presença, por outro lado, também traz contribuições, deslocando o centro das pesquisas e refletindo no currículo de Filosofia, por exemplo. Para eles, é compatível ter rigor e qualidade e repensar este sofrimento.
Quais discussões precisamos fazer para que a filosofia reverbere em todo território nacional?É esta a pergunta que orienta o episódio da nova temporada especial Anpof 40 anos com o professor Adriano Correia (UFG), que esteve na presidência da Anpof por quatro anos: entre 2017 e 2020. Nesta conversa com a profa. Ester Heuser (Unioeste), integrante da atual diretoria, Adriano Correia compartilha sua perspectiva a partir da sua experiência como professor e também como ex-presidente da Anpof, tendo testemunhado o crescimento e a interiorização dos programas de pós-graduação em Filosofia no país. Correia comenta sobre o processo de interiorização dos programas de pós-graduação em Filosofia, que subverte a relação centro-periferia. Para ele, vivemos a oportunidade de interlocuções qualificadas, reconhecimento de pesquisas vigorosas e uma mudança na circulação de pessoas nos espaços de conhecimento. Essa interiorização, na visão do professor, também provoca a diversificação da excelência, que se diz de vários modos. Otimista, Adriano acredita que em dez, vinte anos, vamos nos surpreender com o que vai surgir na Filosofia. As mudanças, acredita, vêm da base e isso, o professor relembra, já pode ser percebido a partir da pluralidade temática que cresceu em nossa área nos últimos dez anos, e que está refletida nos encontros Anpof.Para Adriano, o futuro da Filosofia é colorido, diverso e plural. Acompanhe a conversa!
Abrimos a nova temporada da Anpof, especial 40 anos, conversando com a profa. Dra. Susana de Castro (UFRJ), que assumiu a presidência da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia depois de quase 20 anos sem que uma mulher ocupasse esse cargo.Neste episódio, mediado pela professora Georgia Amitrano, da UFU, atual diretora de comunicação, Susana discute sobre a presença das mulheres na Filosofia no Brasil e reflete sobre os desafios necessários para que a área seja menos hostil às pesquisadoras, professoras e estudantes.Qual Anpof queremos para os próximos 40 anos? Para Susana, é urgente que a comunidade filosófica enfrente o tema do assédio sexual e moral nos programas de pós-graduação em Filosofia. O mandato de Susana de Castro se encerrou no final do ano passado e ela indica, nesta conversa, os desafios que ainda precisam ser superados. Para ela, a comunidade filosófica reflete a sociedade na qual está inserida: machista e atravessada pela cultura do estupro. Ela tematiza a gravidade do assédio em nossa área, como as mulheres ainda são objetificadas e subalternizadas e acabam passando por um processo de sofrimento psíquico e silenciamento.Ela indica a gravidade da subnotificação dos casos e, pensando na superação desse problema para os próximos anos, ela defende a construção de um ambiente de respeito.A professora da UFRJ também indica que a revolução deve ser epistêmica e comenta, nessa conversa, como as nossas linhas de pesquisa caducaram. Ela apresenta o problema de haver temas que não são aceitos nos PPGs porque há uma tradição que está sendo ultrapassada.Venha ouvir essa conversa entre Susana de Castro e Georgia Amitrano.
Quem estuda Foucault, Nietzsche, Proust ou Deleuze no Brasil com certeza já se encontrou com o trabalho do filósofo Roberto Machado. O pernambucano radicado no Rio de Janeiro morreu em 2021 e nos deixou livros, artigos, teses, traduções que seguem formando filósofos em nosso país. Mas Roberto Machado deixou, sobretudo, uma imensa saudade naqueles que o conheceram de perto e conviveram não apenas com o filósofo extraordinário, mas com o professor generoso e com o ser humano interessado nos alunos.Nesse episódio ouvimos as histórias de três professoras que foram suas alunas ou orientandas: profa. Dra. Georgia Amitrano (UFU), profa. Dra. Joana Tolentino (Colégio Pedro II) e profa. Dra. Mariana Toledo (UFF).Não se trata de uma conversa sobre o seu inquestionável e rico trabalho, mas sobre o professor que abarrotava as salas de aula, que memorizava conferências e dominava a plateia como aprendiz de Suassuna. Sobre o professor que vivia a filosofia em sua vida, convidava seus alunos para pensar e estava sempre por inteiro com eles e, por isso, tinha uma capacidade ímpar de percebê-los e ajudá-los a encontrar os seus caminhos.Georgia, Joana e Mariana falam do Roberto que gostava de ir à praia e nadar, caminhar na floresta, tomar cerveja e que quebrava afetos com a sua capacidade de escuta.
Ler Leibniz sem conhecer a filosofia de Anne Conway, aprender a filosofia de Descartes ignorando as cartas com Elisabeth da Bohemia ou não saber sobre Madame Du Châtelet ao enfrentar o pensamento de Newton já não é realidade em alguns departamentos de Filosofia do Brasil.Essa forma de ver, pensar, pesquisar e ensinar o cânone parece não ter mais retorno. Prova disso é o GT Mulheres na História da Filosofia, que teve o seu primeiro encontro no último encontro Anpof, em Goiânia. Esse grupo de trabalho nasceu do desejo de filósofas brasileiras que queriam construir juntas um repertório comum de autoras que insistem em escapar das bibliografias.Aproveitamos o encontro desse GT em Goiânia e gravamos essa conversa com as professoras Dra. Mitieli Seixas (UFSM) e Dra. Nastassja Pugliese (UFRJ) numa conversa mediada pela profa. Dra. Tessa Lacerda (USP), que compõe nossa diretoria.Nessa conversa elas compartilham suas experiências, contando como chegaram a esse desejo de reescrita do cânone, como têm atuado em suas universidades e por que é urgente resgatar as filósofas e suas obras na história da Filosofia. Elas comentam sobre a importância da tradução para esse trabalho e da abertura de professores e professoras para repensar os nossos currículos.
Há quase 20 anos, em 1995, a Unesco recomendou a promoção das Olimpíadas de Filosofia, tanto em nível nacional como internacional. O objetivo era estimular o interesse dos jovens por essa disciplina. Aqui no Brasil, há mais de uma década, temos olimpíadas em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. É um momento privilegiado de professores e estudantes pensarem juntos, discutirem e enfrentarem um problema filosófico.Em nosso último encontro Anpof, realizado em outubro de 2022, tivemos um minicurso sobre essas olimpíadas e aproveitamos a oportunidade para reunir em nosso estúdio alguns professores do Rio de Janeiro para compartilharem a experiência das edições que aconteceram por lá. Entusiastas dessa forma de fazer filosofia, recebemos os professores Felipe Pinto (CEFET/RJ) e Marcelo Guimarães (Unirio), numa conversa mediada pela professora Lara Sayão (SEE/RJ) que integra o coletivo que organiza as Olimpíadas de Filosofia do Estado do Rio de Janeiro desde sua criação.Nessa conversa gravada em Goiânia, eles comentam como a experiência das olimpíadas prova como a filosofia habita vários espaços e podemos pensar problemas filosóficos de maneiras muito distintas. Eles comentam como a própria viagem para as olimpíadas já é um convite para filosofar. Como professores, eles compartilham como essa experiência provoca uma bagunça na cabeça dos professores e oferece a eles a oportunidade de aprender junto, de ouvir e de pensar como filosofar a partir do nosso chão.
Ialley Lopes é mestranda em Filosofia na Universidade Católica de Pernambuco e Jéssica Oliveira é doutoranda em Cognição e Linguagem na Universidade Estadual do Norte Fluminense. Elas integram o GT Filosofia e Raça, que se reuniu pela primeira vez no XIX Encontro Anpof, realizado em Goiânia em outubro. Nesse episódio, gravado nesse encontro, as doutorandas questionam o conhecimento que se diz universal, mas que deixa escapar tantas experiências como as delas, pós-graduandas negras.Elas argumentam como as teorias não são neutras e por isso afirmam como suas pesquisas são situadas, manchadas por quem são. Essa forma de fazer pesquisa deve abrir para novos papeis e conhecimentos, acolhendo o ativismo intelectual que abre para a possibilidade de construção de um universal que possa, de fato, compreender as experiências de quem não se encaixa nesse “eu branco”.Jéssica e Ialley afirmam a necessidade da questão da raça ser pensada como um marcador central, presente não apenas em um GT, mas atravessando todas as áreas da Filosofia. Esse é o caminho para um enraizamento da questão e para que não haja um isolamento epistêmico do tema. Elas também problematizam o conceito de raça, afirmando que se trata de um instrumento de segregação; um termo criado por pessoas brancas para facilitar segregação e genocídio.
No novo episódio do Podcast Anpof, a professora Dra. Juliele Sievers (UFAL/Anpof) convida as professoras Dra. Marly Carvalho Soares (UECE) e Dra. Alice Lino (UFR) a refletirem sobre Filosofia, Gênero e Regionalidade, tema de uma das mesas redondas que acontecerá no XIX Encontro Anpof.Nesta conversa, Juliele, Aline e Marly compartilham suas experiências pessoais na academia, ressaltando como a ausência de mulheres nas referências bibliográficas e nos corredores da Filosofia marcaram suas trajetórias, mas, também, como este cenário tem se transformado nos últimos anos.Alice Lino é Professora Adjunta no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis-MT; Diretora de Arte, Cultura, Esporte e Lazer da mesma instituição. Doutora em Estética Contemporânea pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade de São Paulo, Mestre em Estética e Filosofia da Arte pelo Instituto de Filosofia, Arte e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto, Bacharel e Licenciada em Filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto. Participa da International Association for Aesthetics e é editora adjunta da Revista Artefilosofia (UFOP). Áreas de interesse: Estéticas indígenas e afrodescendentes; Feminismo Negro.Marly Carvalho Soares possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Fortaleza (1978), graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (1982)com especialização em Administração Escolar, graduação em Teologia pelo Instituto de Ciências Religiosas (1979), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987) e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Roma (1993) e Pós-doutorado na PUC- S. Paulo com estágio no Instituto Eric Weil, Universidade Charles de Gaulle, Lille 3. França (2013). Professora titular da Universidade Estadual do Ceará. Líder dos Grupos e Laboratórios de Pesquisa: Ética e Direitos Humanos e Um Olhar interdisciplinar sobre a Subjetividade Humana. Membro efetivo do GT Hegel ANPOF. Área de atuação: Ética, Filosofia Política, Filosofia do Direito, História da Filosofia Moderna e ContemporâneaJuliele Sievers é Professora Adjunta do curso de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e de seu Programa de Pós-Graduação (Mestrado). Atua como Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria-RS (2008) e mestrado em Filosofia (2009) pela mesma instituição. É membro do Conselho Fiscal da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) - Biênio 2021-2022.
O novo episódio do Podcast Anpof aborda o contexto da pandemia, para pensar a sociedade, a filosofia e a vida pós-pandêmica, com a presença da professora Dra. Edna Maria Magalhães (UFPI), do professor Dr. Darlei Dall 'Agnol (UFSC) e a mediação da professora Dra. Georgia Amitrano (UFU/ANPOF).Na conversa, Georgia, Edna e Darlei fazem uma retrospectiva dos últimos dois anos no Brasil, interpretando os conceitos de vida, morte e as perspectivas éticas que os tornam possíveis. Juntos, eles observam uma sociedade acuada, assustada, vivendo hoje uma reintegração ingênua de um porvir ainda indefinido. Uma sociedade que tenta se ajustar e que, ainda doente, tem um mundo inteiro para pensar. Qual o espaço da Filosofia em meio a tantas experiências vividas por nós na Pandemia de Convid-19? Que necessidade brutal foi esta que sentimos de deslocar nossos paradigmas, reinterpretando possibilidades de vida e de morte? O que estamos vivendo hoje? O que nos resta da Pandemia? Estas são algumas das perguntas fundamentais que norteiam este debate.________Darlei Dall 'Agnol é Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Coordena a Série Ethica pela EdUFSC e é autor de vários livros, artigos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior. Recentemente, apresentou uma série de conferências na Michigan State University sobre "Respectful Care in Bioethics and Neuroethics" com apoio da Fulbright (Exchange Visitor Program -CIES) que resultou no livro Towards Neurobioethics (Newcastle, CSP, 2020). Desde 2004, é pesquisador do CNPq (1C) desenvolvendo, hoje, projeto sobre fundamentos filosóficos da neurobioética. Atualmente, é membro do Conselho de Ética em Pesquisa da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina (CEPSES-SC).Edna Maria Magalhães é professora Associada I, da Universidade Federal do Piauí, lotada no Departamento de Fundamentos da Educação - DEFE/CCE. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Epistemologia, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, ensino e filosofia, filosofia, pragmatismo e neopragmatismo. Desenvolve pesquisa e publica sobre temas que envolve a discussão do naturalismo filosófico, empirismo radical, pragmatismo clássico (Peirce, James e Dewey), neopragmatismo (Richard Rorty) e autores linguísticos como Wittgenstein e Quine. Desenvolve pesquisas sobre a recepção do pragmatismo no Brasil, sobretudo em autores como Anísio Teixeira e Paulo Freire.
Temos um novo episódio do Podcast Anpof, este sobre Democracia e Autoritarismo. O conteúdo vem como aquecimento para a mesa redonda sobre o tema, que irá acontecer no XIX Encontro Anpof, em outubro, na cidade de Goiânia.Na conversa, Silvia Brandão, doutora e pós-doutoranda pela Unifesp, e Dario Negreiros, doutorando em Filosofia na USP e professor convidado da PUC/SP, conversam com Tessa Lacerda, professora da USP e integrante da diretoria da Anpof.Será hoje um momento de ruptura institucional autoritária ou a democracia brasileira sempre conviveu com um autoritarismo latente? Tessa, Dario e Silvia fazem juntos uma retrospectiva do autoritarismo na história do Brasil, observando suas diferenciações ao apresentar como os mecanismos de perseguição política, de impunidade e a omissão do Estado em relação às violências se atualizam.
Para pensar o centenário da Semana de Arte Moderna, este episódio do Podcast Anpof sobre Filosofia e Modernismo tem a presença da professora Taisa Palhares (Unicamp), do professor Ivan Maia (UFBA) e a mediação do professor Filipe Ceppas (UFRJ).Na conversa, os três defendem que a ideia de Modernismo difundida no Brasil é muito mais múltipla do que aquela apresentada pelos artistas que participaram da Semana de 1922. Mas o que seria este Modernismo brasileiro, afinal? Conduzidos por este questionamento, Taisa, Filipe e Ivan ensaiam ideias sobre o movimento que surgia no início do século passado e que transformara os caminhos estéticos e políticos das décadas que o sucederam, reformulando visões de mundo e proporcionando uma releitura da própria identidade brasileira.______________________________________________Ivan Maia de Mello é poeta, ator, compositor, praticante de contato-improvisação e performance, mestre em Filosofia (UERJ), doutor em Educação (UFBA).Na UFBA, é professor do Bacharelado Interdisciplinar em Artes do IHAC e do Doutorado em Difusão do Conhecimento, e na UNILAB, do Mestrado Interdisciplinar em Humanidades. Fez pós-doutorado na Universidad de La Republica do Uruguai, com supervisão da Profa. Andrea Diaz. Autor de Corpoema: a vida como obra de arte, tendo participado de algumas coletâneas de ensaios filosóficos e de poemas. Teve poemas encenados no teatro e na TV, além de locuções radiofônicas. Coordenou saraus em algumas cidades.Taisa Palhares possui Bacharelado (1997), Mestrado (2001) e Doutorado em Filosofia (2011), pela Universidade de São Paulo. É professora de Estética no Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas desde agosto de 2015. Realiza estudos nas áreas de estética e artes visuais, com ênfase na pesquisa sobre a fundamentação da obra de arte desde a Modernidade. Trabalha com os autores da Teoria Crítica, sobretudo o filósofo alemão Walter Benjamin. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre a percepção estética como jogo a partir de Benjamin e sua relação com a arte moderna e contemporânea. Organiza, desde 2016, o "Grupo de Estudos em Estética e Teoria da Arte" (GEETA) no Departamento de Filosofia da Unicamp. É membro do "Centro de Pesquisa em Psicanálise, Estética e Teoria Crítica (CePETC)" do IFCH. Filipe Ceppas é professor do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação de Filosofia da UFRJ. Publicou Ensaio de Filosofia nos Trópicos (Unicamp, 2019).
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