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Podcast Anpof

Podcast Anpof
Author: Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia
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Podcast da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia.
47 Episodes
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Neste episódio, convidamos o Podcast Pensatório para falar sobre vacinação. Felipe Gonçalves Pinto conversou com Andrea da Luz Carvalho e Marcelo Senna Guimarães. A conversa aborda os planos de imunização contra Covid-19 no Brasil, os obstáculos impostos por discursos negacionistas, as estratégias de combate à desinformação e as contribuições das áreas das ciências humanas e sociais diante do cenário de incertezas que se agravou no contexto pandêmico e que ainda deve se prolongar mesmo com a vacinação.Os entrevistados destacaram a importância de conjugarmos as dimensões éticas individuais e coletivas e de pensarmos uma ecologia do vírus para lidar com a complexidade da ciência e as incertezas da pandemia de maneira a amenizar seus impactos socioeconômicos e evitar ilusões simplificadoras que podem tornar a situação ainda mais instável e dramática.De acordo com eles, embora o Sistema Único de Saúde conte com privilegiada estrutura de produção de vacinas e atendimento da população brasileira, as ações dos governos não têm respondido com o devido planejamento e rapidez ao que estamos vivenciando tanto em termos de saúde pública quanto no âmbito da educação, que já vinha sofrendo com cortes e com discussões reducionistas sobre a sua instrumentalização. A lentidão e a desorganização das ações governamentais comprometem, assim, o desenvolvimento humano e o bem-estar da população.Pensatório é um Projeto de Extensão do CEFET/RJ campus Maria da Graça que produz podcasts de filosofia com estudantes e professores de diferentes áreas a partir de provocações sobre o pensar, o ensino, a escola, a vida e seus avessos. O Projeto de Extensão Pensatório é coordenado pelos professores Felipe Gonçalves Pinto e Luciano de Melo Dias, conta com a colaboração do estudante de ensino médio Jonathan Santos e com a parceria do Projeto de Extensão Filosofia na Sala de Aula (coord. pelo professor Marcelo Senna Guimarães – Unirio). Arte do professor Diego Uzêda.Andrea da Luz Carvalho, psicóloga, sanitarista, mestre em saúde coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Coordenadora Geral de Gestão de Pessoas da Fiocruz.Marcelo Senna Guimarães, professor do Departamento de Filosofia da UNIRIO, do Programa de Pós-graduação em Filosofia e Ensino do CEFET/RJ e coordenador do Projeto de Extensão Filosofia na Sala de Aula.Felipe Gonçalves Pinto, professor de Filosofia do CEFET/RJ campus Maria da Graça do Programa de Pós-graduação em Filosofia e Ensino do CEFET/RJ e coordenador do Projeto de Extensão Pensatório.
Nesse segundo episódio do Podcast da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia, recebemos o professor e médico Marco Antônio Azevedo. A professora Dra. Franciele Petry (Filosofia/UFSC) é quem entrevista o professor do programa de pós-graduação em Filosofia da Unisinos sobre os dilemas éticos da pandemia. Nesse contexto de pandemia, Marco Antônio está na linha de frente como médico, atuando no pronto socorro de Porto Alegre, e também como professor. Junto a Darlei Dall'Agnol, Marcelo Araújo e Alcino Bonella, ele tem trabalhado numa proposta de diretrizes para destinação de leitos de UTI. Nessa conversa, ele explica a Covid-19 e, ao compartilhar as informações sobre essa doença, indica o caminho trilhado para busca de fundamentos normativos que devem guiar as decisões médicas nesse momento.Em um cenário em que os recursos hospitalares são escassos e o volume de pacientes é elevado, quais os critérios devem ser utilizados para alocação dos leitos e utilização dos ventiladores de UTI? Faixa etária? Quem deve ter prioridade para receber o tratamento considerado "ótimo": quem está em situação mais grave ou quem tem mais chance de recuperação? O critério da fila funciona nessa situação? São estas a questões que serão discutidas nesse episódio.Tem sugestão de pauta? Quer ouvir alguém aqui? Escreva-nos: comunicacao@anpof.org.brEste podcast é produzido por Franciele Petry (diretora de comunicação da Anpof) e Nádia Junqueira (assessora de comunicação da Anpof).
O primeiro episódio do Podcast da Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia convida a professora Dra. Rosângela Chaves (UFG). Nesta conversa, Rosângela pensa a situação de isolamento social vivida na pandemia a partir de conceitos de Hannah Arendt, como isolamento, solidão e solitude. Ela também pensa, de forma mais ampla, a condição de solidão dos seres humanos que está além da situação de isolamento social vivida em tempos de pandemia.Rosângela é jornalista, mestre e doutora em Filosofia pela UFG e professora do curso de Direito da Faculdade Católica de Anápolis. Autora do livro A capacidade de julgar - um diálogo com Hannah Arendt, colunista e editora do Ermira Cultura.Este podcast é produzido por Franciele Petry (diretora de comunicação da Anpof) e Nádia Junqueira (assessora de comunicação da Anpof).
A que e a quem serve a emergência climática? De que forma ela alcança as pessoas de formas diferentes e desiguais?Para pensar sobre este tema e este conceito, a profa. Dra. Janyne Sattler (UFSC/Anpof) recebe a profa. Dra. Tânia Kuhnen (UFOB) nesta semana de COP30 no Brasil. Este episódio encerra a campanha sobre emergência climática, que contou com dezenas de textos em nossa coluna Anpof, uma roda de conversa sobre a COP30 no YouTube com prof. Dr. Jelson Oliveira (PUCPR) e a ativista Watatakalu Yawalapiti, além de uma entrevista em nosso site com prof. Dr. Fábio Oliveira (INFES/UFF). Tânia Kuhnen defende que este conceito serve para criar um certo caos, na medida em que quem mais contribui para agravar a questão climática é quem está mais tranquilo, porque parece ser menos afetado. Para ela, o conceito serve para empurrar a mudança de atitude para quem menos contribui com o processo. Nesta conversa, Kuhnen e Sattler discutem como esse tema está atravessado por questões geopolíticas, evidenciando como a desigualdade permeia o que chamamos hoje de emergência climática. Pensando o papel da filosofia, as professoras ecofeministas também refletem sobre a importância das teorias para abrir imaginários capazes de traçar rotas de fuga. Essas teorias, contudo, devem ser aterradas, corporificadas e que caminhem na direção contrária da abstração. Neste sentido, elas também compartilham experiências pessoais e defendem uma teoria aliada a uma certa praxis.Ouça essa conversa no Castbox e Spotify.
Um novo fenômeno cerca o ensino de filosofia: a plataformização da educação. Este é o tema deste episódio do Podcast Anpof, que integra a campanha que discute o ensino de Filosofia na Educação Básica. O tema foi proposto pela profa. Dra. Valéria Wilke (Unirio) que convidou para a conversa o prof. Gilberto Miranda, mestrando do PROF-Filo da UFABC e docente da rede pública de São Paulo e Marcelo Feijó, mestrando do PROF-FILO da Unirio e integra a Rede Privada de Ensino Salta Educação. Para somar nessa conversa, a professora Taís Manenti, mestranda em Educação na UNESP, apresenta a sua experiência como docente temporária na rede de ensino de São Paulo. Nesta conversa, eles explicam a complexidade edste novo fênomeno: trata-se de sistemas de gestão e da lógica de dados e algoritmos que invadem o espaço da escola e afetam diretamente a forma de ensinar e de aprender. A partir de suas pesquisas e experiências, compartilham como o professor deixa de ser um mediador e passa a ser orientado por algoritmos, que demanda habilidades em lidar com câmeras e redes sociais. O controle que antes era dos corpos, agora se dá a partir dos rastros de dados.Eles compartilham como este fenômeno chegou como um apoio, mas acabou por retirar a liberdade de cátedra, aprofundar desigualdades de ensino e apagar diversidade de formas de aprendizado. No caso da Filosofia, em especial, comentam como está sendo moldada para caber nessas exigências de plataformização. Se já não é mais possível pensar uma educação desplataformizada, como pensar tecnologias possíveis, participar das decisões e definir como isso vai afetar a nossa vida? Sobre os participantes:Gilberto Miranda Jr é mestrando no Prof-Filo da UFABC e professor de Filosofia e Sociologia na rede estadual de São Paulo. Atua também como Orientador de Projeto Integrador na UNIVESP e faz parte do Grupo de Pesquisa de Filosofia da Informação da UNIRIO no CNPq.Marcelo Santos Feijó é professor e pesquisador na área de Filosofia e Ensino de Filosofia na Educação Básica em Rede. Mestrando em Filosofia pelo Programa de Mestrado Profissional em Filosofia em Rede (PROF-FILO/UNIRIO), sob orientação da Prof.ª Dr.ª Valéria Cristina Lopes Wilke, é licenciado em Filosofia pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas (CESB-GO). Atua como docente no Ensino Fundamental II e Médio, com ampla experiência em cursos preparatórios pré-vestibulares e projetos sociais voltados à formação crítica e cidadã. Atualmente integra a Rede Privada de Ensino Salta Educação – Rede Elite, onde desenvolve práticas pedagógicas que integram pensamento filosófico, mídias digitais e metodologias ativas. Suas pesquisas e produções concentram-se nos eixos CiberEducação, Mídias Digitais, Educação em Rede, Ensino de Filosofia e EdTechs, com especial interesse nas transformações culturais e éticas promovidas pela tecnologia no ambiente educacional.Taís Barbosa Manenti é licenciada em Filosofia pela Unesp de Marília e mestranda em Educação pela mesma instituição, tendo lecionado na rede pública paulista entre 2022 e 2024. Valéria Wilke é professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio. Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/UFF. Mestre, bacharel e licenciada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Membro permanente do GT ANPOF Filosofar e Ensinar a Filosofar e do GT ANPOF Filosofia e Gênero. Coordenadora do Mestrado Profissional em Filosofia / PROF-FILO, Núcleo UNIRIO. q. Pesquisadora nas temáticas de Filosofia da Informação; Tecnologias digitais, mídias e ensino de Filosofia; Gênero, Feminismos, Decolonialidade e ensino de Filosofia. Líder do Grupo de Pesquisa Filosofia da Informação certificado pelo CNPq.
Desde outubro de 2023, a população de Gaza caiu 6%. Segundo a Agência Central de Estatísticas Palestina, cerca de cem mil pessoas deixaram o território e 55 mil são consideradas mortas. Mais da metade, mulheres e menores de idades. O que acontece em Gaza não é uma guerra, é um genocídio. Quem afirma isso são os convidados deste episódio para pensar a agressão contra o povo palestino: prof. Dr. Thiago Stadler (Filosofia/Unespar) e profa. Dra. Naiara Krachenski (História/Unespar). Na conversa mediada pela profa. Dra. Mariana Broens (Unesp/Anpof), Stadler e Krachenski nos ajudam a entender o que chamam de apatia diplomática em relação às hostilidades sistemáticas em Gaza por parte do governo isralense, com pouco ou nenhum impacto na opinião pública. A professora Naiara fala em um genocídio ignorado e permitido e que é valioso financeiramente. Ela comenta sobre a cumplicidade das transações comerciais que os países ocidentais e grandes economias têm com Israel e como empresas privadas lucram com a economia do genocídio. Também contribuiu para esta apatia, segundo Thiago e Naiara, o processo de desumanização do povo árabe, consequência de uma desvalorização histórica, pelo menos desde o século XIX. A partir de um exercício histórico e filosófico, os professores da Unespar buscam argumentar por que não se trata de uma guerra e sim de um genocídio. Thiago ainda reflete sobre o fator de violência que existe nos textos sagrados, mas como o Sionismo tem se apropriado deles para cumprir uma nova função política. Para Naiara, o Sionismo sequestrou a identidade do judaísmo, sendo perverso também para os próprios judeus ao defender uma única identidade da qual nem todos compartilham.Thiago Stadler é professor Associado do Colegiado de Filosofia da Universidade Estadual do Paraná, campus de União da Vitória (UNESPAR). Professor Permanente do Programa de Mestrado Profissional em Filosofia. Professor Colaborador do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Paraná (UFPR).Naiara Krachenski é doutora em História. Professora adjunta do colegiado de História da Universidade Estadual do Paraná, campus Uniã da Vitória e profesora colaboradora do Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal do Paraná. Seus temas de estudo e pesquisa abrangem temas como colonialismo em África, história visual e estudos sobre genocídio.
Recebemos neste episódio a profa. Dra. Carla Rodrigues (UFRJ) e o prof. Dr. Fábio Passos (UFPI) para uma conversa sobre sofrimento psíquico e a sobrecarga de trabalho nas universidades. A discussão, mediada pela professora Dra. Janyne Satler (UFSC), presidente da Anpof, aborda a perspectiva docente, tematizando a incompatibilidade entre as atividades do corpo docente que incluem ensino, pesquisa e extensão, mas também gestão. A conversa também alcança a preocupação com o sofrimento psíquico dos discentes. Carla Rodrigues, que integra o GT Filosofia e Gênero, sublinha que as ações individuais, de cada professor, não impedem a violência institucional, mas ao agir pela margem, os docentes podem atuar de maneira mais horizontal, olhando para a realidade divergente e diversa do corpo discente.Fábio Passos, que também coordena o GT Filosofia DEF, argumenta que nem todas as pessoas têm o mesmo tempo de produção, o que não implica em capacidade de produção. O desafio, discutem os professores, passa pela ação de cada professor, mas também por uma mudança que implica em novas formas de avaliação pelas agências de fomento. Acompanhe a conversa.
Neste episódio, o professor Dr. Leonardo Vieira (UFMG) recebe os professores Dr. Dilip Loundo (UFJF) e Dr. Antonio Florentino (Unicamp). A conversa é uma excelente introdução à Filosofia Oriental, sobretudo para quem quer conhecer mais sobre as pesquisas em Filosofia Chinesa e Filosofia Indiana.Dilip introduz a necessidade de se desconstruir a noção de história universal para compreender a tradição filosófica indiana, comenta sobre as línguas necessárias para conhecer essa tradição e compartilha sobre a preocupação com a tradução de sentidos. Ele introduz um pouco mais comentando sobre a vinculação entre a razão, salvação e a busca da felicidade e como esta filosofia se insere no que entendemos como filosofia prática.Já Antonio Florentino desconstrói a ideia de que a Filosofia Chinesa se restringe a alguns pensadores antigos. Neste episódio, ele comenta sobre diferentes momentos da Filosofia Chinesa para se chegar até o século XXI e argumenta sobre a riqueza, a diversidade e a densidade dessa Filosofia.O GT Filosofia Oriental foi criado em 2014 e teve a sua primeira reunião no último Encontro Anpof, em Recife. Este episódio foi gravado lá.
Haveria alternativa ao neoliberalismo? Colocando em xeque o famoso slogan de Tatcher, neste episódio do Podcast Anpof recebemos a professora de Direito Dra. Mariana Fischer (UFPE) para pensar neoliberalismo e extremismos.Nesta conversa, conduzida pela professora Dra. Mariana Broens (Unesp/Anpof), ouvimos reflexões sobre essas categorias e como Mariana Fischer estabelece relação entre elas. Apoiando-se em Foucault e Wendy Brown, a professora da UFPE, que também é do GT de Teoria Crítica da Anpof, argumenta como o neoliberalismo intensifica processos que já vimos, anteriormente. Para ela, trata-se de um tipo de racionalidade que produz um tipo de sujeito, não somente no trabalho, mas em diversos campos da vida. Ao refletir sobre a relação entre neoliberalismo e extremismo, elas também comentam sobre os desdobramentos no campo acadêmico e da Filosofia, como a restrição de financiamentos a pesquisas associadas à diversidade e inclusão.Broens e Fischer também se amparam no pensamento de Habermas e pensam numa possível atualização de conceitos como diálogo racional e de ação estratégica para pensar as tecnologias de comunicação digital e os desafios que temos hoje na relação entre redes sociais e democracia. As professoras discutem os impactos negativos das tecnologias e dos algoritmos para o debate público e argumentam sobre a necessidade de colocar limites jurídicos sobre as big techs. Elas ainda pensam nas consequências de não haver esses limites: de catástrofes a resistências.
Neste episódio, gravado em Recife, durante o XX Encontro Anpof, recebemos convidados que têm se dedicado a pensar o século XIX brasileiro, voltando o seu olhar para a produção filosófica. A professora Dra. Natália Mendes (UFMA), pesquisadora de pós-doutorado (UFRJ), recebe nesta conversa, a professora Dra. Nastassja Pugliese (UFRJ) e o Dr. Júlio Canhada (USP), pesquisador de pós-doutorado na Université Paris 8 e na Universidade Federal de São Carlos. Nastassja e Júlio compartilham nesta conversa reflexões sobre os seus trabalhos, que se preocupam em pensar a filosofia brasileira e todas as questões que atravessam esse tema, como por exemplo o cânone filosófico, o trabalho de resgate de autoras e constituição de identidade nacional. Refletindo sobre a filosofia brasileira, os pesquisadores discutem os limites do método estruturalista, a necessidade de pensar este debate para além dos limites uspianos e sublinham que pensar novos métodos não implica abrir mão do rigor filosófico.Nastassja Pugliese, que tem se dedicado a pesquisar o trabalho e pensamento de Nísia Floresta, compartilha nesta conversa a trajetória que chegou até essa filósofa brasileira e informações relevantes de sua pesquisa sobre o itinerário das produções de Floresta. Pugliese comenta como conhecer a filosofia autoral de Floresta contribui para compreender a formação de um momento do pensamento brasileiro.Canhada compartilha o caminho percorrido em sua tese de doutorado, que culminou na publicação do livro O Discurso e a História: A Filosofia No Brasil No Século XIX. Ele problematiza como a questão sobre haver uma filosofia brasileira pressupõe uma identidade nacional, que ignora diversidades de conformações sociais e culturais brasileiras. Júlio ainda compartilha suas reflexões sobre como a filosofia profissional brasileira nasce abrindo mão de uma voz autoral filosófica.
Neste episódio, recebemos três pesquisadoras que receberam o Prêmio de Dissertação e Teses Anpof em 2024, durante o XX Encontro Anpof, em Recife. A Ma. Annelise Schwarcz (UFF), doutoranda em Filosofia na UFRJ, teve a sua dissertação “Formas mestizas: novos rumos para um mundo por vir” escolhida como a vencedora. Também participaram da conversa a Ma. Mariana Dias Pinheiro Santos (UFS), autora de “Das palavras ao pacto: a linguagem como fundamento em Thomas Hobbes” e a Ma. Carolina Moreira Paulsen (UFPel), autora de “Hospitalidade e hostilidade: uma análise da convenção relativa ao estatuto do refugiado à luz do direito cosmopolita kantiano”. Ambas receberam menção honrosa.Quem recebe as três premiadas é a professora Dra. Solange Aparecida de Campos Costa (UESPI), que integrava a Diretoria da Anpof no biênio passado e conduziu o trabalho desta premiação. Nesta conversa, vamos conhecer um pouco sobre essas dissertações e os processos que envolveram a escrita. Em comum, os três trabalhos apostam em perspectivas filosóficas ousadas e originais.
No último Encontro Anpof, que aconteceu em Recife em outubro do ano passado, tivemos um momento histórico: a fundação da Associação Brasileira de Ensino de Filosofia. Esta era uma demanda que já existia há alguns anos e se tornou efetivamente uma proposta a partir do encontro Anpof em Goiânia.A presidente eleita para tocar essa primeira gestão é a professora Dra. Patrícia Velasco (UFABC). Neste episódio, ela conversa com colegas que fizeram parte dessa fundação e discutem os desafios para essa nova associação, as expectativas e também as esperanças com o trabalho conjunto que ela mobiliza.Para esta conversa, o professor Dr. Christian Lindberg (UFS), além de Patrícia, o professor Gabriel Kafure da Rocha (IFSertãoPE), a professora Jacira de Assis Souza (SEDUC/RJ) e o professor Antonio Alex Pereira de Sousa (SEDUC-CE). Eles discutiram os desafios para o Ensino de Filosofia hoje, considerando a consolidação da Filosofia na Educação Básica que sofre um revés com a recente reforma do Ensino Médio e comentam sobre a importância desta associação para discutir questões muito próprias do ensino de Filosofia, que vão do Ensino Básico à Pós graduação.A Abefil deve combinar militância política, prometendo intervenções na esfera de políticas educacionais, mas também se apresenta como uma entidade acadêmica. Assim, ela vem para promover divulgação filosófica, construção de memórias, compartilhar produtos educacionais e iniciativas em todo o país.
A conversa de hoje dá início a uma curta temporada de episódios gravados durante o XX Encontro Anpof, em Recife, entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro de 2024. Para discutir filosofia e raça no Brasil, convidamos o prof. Dr. Teófilo Reis (Trinity University) que conduziu uma conversa com a profa. Dra. Alice Lino (UFR) e com o prof. Dr. Rogério Saucêdo (UFPE).Nesta conversa, Rogério e Alice contam como, de trajetórias ditas canônicas, eles chegaram a esse tema que hoje ocupa as suas pesquisas. Os professores compartilham de reflexões importantes sobre a discussão em torno de raça, enquanto conceito. Alice Lino defende que, filosoficamente, este termo é insuficiente e está sempre vinculado a uma necessidade política e econômica de submeter um grupo. Saucedo indica os problemas que giram em torno da questão se existe raça e sublinha que, essa questão, são os filósofos quem deve responder.Eles também defendem como a filosofia ajuda a pensar no que é ser negro no Brasil, como a perspectiva europeia sobre raça não alcança quem nós somos e a importância de jogar luz na história para termos uma nova perspectiva. Alice e Rogério ainda conversam sobre as armadilhas e vícios a serem evitados ao pensar sobre filosofia e raça e compartilham sugestões de leituras para quem quer conhecer mais sobre o tema.Acompanhem!
Há 12 anos o Encontro Anpof se expandiu com a chegada da Anpof Ensino Médio, rebatizada de Anpof Educação Básica desde a última edição, no evento em Goiânia. Na próxima semana será realizado o sexto encontro Anpof Educação Básica, que vai acontecer em Recife, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, no campus da Universidade Federal de Pernambuco.Esta edição consolida o objetivo de sua fundação de aproximar a pós-graduação e a educação básica. A programação contempla atividades virtuais e presenciais, com apresentações de trabalho, além de atividades formativas para docentes e pesquisadores e pesquisadoras envolvidas na área de Ensino de Filosofia e Educação. Para aquecer os debates, reunimos numa conversa neste episódio três profissionais engajados com o Ensino de Filosofia. Recebemos o prof. Dr. João André Fernandes (CEFET/RJ), que atua no Ensino Básico Integrado e no Mestrado em Filosofia e Ensino; o prof. Dr. Eduardo Barra (UFPR), que é o coordenador geral do Programa de Mestrado Profissional em Filosofia, o Prof-Filo. Para mediar a conversa, temos a profa. Ma. Rita Martins (IF Baiano), mestranda do Prof-Filo do IFSertãoPE.Nesta conversa, eles recuperam a história da Anpof Educação Básica, ressaltando como é o resultado de uma mobilização da comunidade filosófica, mas também das escolas e secretarias de Educação. Eles compartilham da importância desse espaço que nasceu para acolher o professor de Filosofia que não estava vinculado a nenhum Programa de Pós-graduação em Filosofia. Este evento valoriza o trabalho dos professores de Filosofia na educação básica, sobretudo no Ensino Médio, e é um espaço privilegiado para ter acesso a saberes que são desenvolvidos em sala de aula e precisam ser conhecidos para a formação dos estudantes de licenciatura.Eles ainda discutem os desafios enfrentados nos últimos anos e a necessidade de se discutir, propositivamente, um projeto de currículo de filosofia formulado pela comunidade.
Uma onda que não pode ser contida e que arrasta tudo provocando mudanças. É assim que a professora Dra. Tessa Lacerda (USP/diretoria Anpof) e o professor Dr. Érico Andrade (UFPE/Presidente da Anpof) enxergam o debate sobre Filosofia e Raça e a entrada de novos pensamentos na Filosofia que desafiam a história de uma única Filosofia.Tessa e Érico trazem para este episódio esse tema que vai ocupar a última noite dos debates do XX Encontro Anpof, que vai acontecer em Recife, entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro. Na mesa do encontro, vão discutir Filosofia e Raça a professora Dra. Halina Leal (FURB), o professor Dr. Renato Noguera (UFRRJ) e o professor Dr. Wanderson Flor (UnB). Neste episódio, Tessa e Érico, ambos formados em Filosofia Moderna, justificam a urgência de se ter este tema ocupando um lugar privilegiado de debate, como será no Encontro Anpof. A partir da experiência como professores, eles contextualizam como o tema é uma demanda que vem dos estudantes, que trazem novas questões e a necessidade de se pensar a partir de diferentes perspectivas. A experiência deles indica não apenas a possibilidade, mas a necessidade, de mudar as ementas trazendo pensadores e pensadoras historicamente invisibilizados e questionando o conceito de história da Filosofia em si. Eles defendem que há a possibilidade de pensar diferentes narrativas em diferentes tempos históricos e, também, de pensar, por exemplo, antirracismo, a partir de filósofos canônicos.Venha ouvir essa conversa!
Encerrando a Anpof 8M, mas abrindo uma série de podcasts sobre o XX Encontro Anpof, a gente recebe duas professoras para aquecer a conversa de uma das mesas redondas desta edição do evento: Filosofia e Gênero.Lá em Recife teremos Letícia Nascimento, Marilia Moschkovich e Sara York discutindo esse tema. Hoje, temos as professoras Carla Rodrigues (UFRJ) e Yara Frateschi (Unicamp) levantando a bola de algumas discussões sobre o tema em nosso podcast.Nesta conversa, estas professoras compartilham as trajetórias que levaram às feministas negras e como isso ampliou as suas reflexões e mudou seus trabalhos. Elas compartilham sobre a nova realidade das salas de aula, cada vez mais diversas, e como se torna incontornável uma mudança que surge no fazer teórico e culmina numa nova postura de estar em sala de aula e orientar.Este caminho, que elas compartilham nessa conversa, levou à importante e inevitável discussão sobre a necessidade de repensar o cânone e as bibliografias dos cursos. Carla Rodrigues e Yara Frateschi, no entanto, defendem o seguinte posicionamento: nem deixar de renovar a biblioteca permanentemente, nem jogar fora os livros importados. Elas falam da tarefa necessária de incomodar a história da filosofia, sem substituí-la, e de estressar o pensamento.As professoras compartilham que é preciso aprender a dormir com as contradições na filosofia e que filósofas como Sueli Carneiro, Denise Ferreira da Silva e Lélia Gonzalez ensinam como desenvolver pensamentos críticos, sem deixar de dialogar com a tradição.Diante de uma terrível desigualdade de gênero e de raça na área, Carla Rodrigues e Yara Frateschi defendem a sala de aula como o primeiro dos muitos campos de batalha e, por isso, a mudança deste cenário pode começar a ser feita desde já.
A gente encerra com este episódio a série comemorativa da Anpof 40 anos, em que entrevistamos ex-presidentes da nossa associação. Nesse último episódio Oswaldo Giacoia, professor da Unicamp e ex-presidente da Anpof, é entrevistado por Adriana Delbó, professora da UFG e integrante da diretoria da Anpof. Adriana foi formada por Giacoia, como estudante e como orientanda, e a conversa entre os dois foi justamente sobre a Filosofia como formação.Para pensar esse tema, Giacoia e Delbó mobilizam um autor que está no centro das pesquisas de ambos: Nietzsche. Eles recuperam a crítica do filósofo sobre a educação moderna, que confunde conhecimento autêntico com educação estéril ao colocá-la a serviço de fins utilitários e mercantis. Essa reflexão serve para que os professores pensem o papel da Filosofia no nosso tempo, a sua vocação para a formação e promoção da cultura, a distinção entre educação e formação. Eles também criticam como a Filosofia foi submetida à divisão técnica do trabalho intelectual.Nessa conversa, os professores ainda comentam como a Filosofia ajuda a promover a tarefa do ensino. Para isso, defendem que a educação deve englobar tanto o educando quanto o educador e é dela que podemos esperar a crítica da funcionalização do pensamento. Para isso, eles ainda argumentam sobre a importância de não se descartar a historia da filosofia: sem ela, essas reflexões não podem ser feitas. Recorrer à história da filosofia, para eles, não é ser escrava dela, mas ter fonte para conseguir dar outros rumos para ela. Por fim, eles discutem como a democratização do ensino insere novas realidades e abre para novos modos de se fazer filosofia. Acompanhe a última conversa da nossa série Anpof 40 anos.
Neste ano, completaram-se 10 anos das jornadas de junho. Para refletirmos sobre esse tema, convidamos para este episódio o professor Rodrigo Nunes (PUC/Rio e Essex), autor do livro Nem vertical nem horizontal – Uma teoria da organização política. Quem conduziu essa conversa foi a professora Georgia Amitrano (UFU/Anpof).O livro, recém publicado pela Ubu Editora, analisa a questão da organização política em um contexto marcado pelo ciclo mundial de levantes, que teve como marco inicial as manifestações da Primavera Árabe, em 2011. Pensando os desdobramentos em nosso contexto, Rodrigo reflete sobre as jornadas de junho e sobre como a direita se beneficiou deste movimento, mas também fala sobre os efeitos positivos dos desdobramentos desse evento. Pautas como as ambientais, indígenas e raciais ganharam espaço no campo de esquerda a partir deste evento, além da própria renovação de quadros, de acordo com Rodrigo. O pesquisador reflete sobre a pergunta que foi colocada sobre esse turbilhão de acontecimentos e como a narrativa sobre o combate à corrupção se apresentou como resposta. Rodrigo compartilha nesse episódio como, neste livro, ele subverteu a suposta oposição, que parecia evidente, entre organização vertical e horizontal e como construiu uma reflexão que se volta à prática política. Para ele, as duas formas de organização sempre estiveram dadas em misto o tempo todo, em proporções diferentes.Quais erros cometemos nos passado que nos ajudam a não cometermos no futuro? Ouça Rodrigo falar sobre o que ele chama de luto da derrota dos dois modelos.
Neste ano em que celebramos os 40 anos de existência da Anpof, a diretoria da nossa associação compartilha com a comunidade filosófica brasileira algumas questões que devem ser discutidas para pensarmos as próximas décadas da Anpof. O sofrimento psíquico na universidade é uma delas. Para refletir sobre esse tema, o presidente da Anpof, prof. Érico Andrade (UFPE), que também é psicanalista, convidou a profa. Tessa Lacerda (USP), da USP e que integra a atual diretoria, e Heribaldo Maia, mestrando em Filosofia (UFPE) e autor do livro "Neoliberalismo e sofrimento psíquico: o mal-estar nas universidades" publicado no ano passado pela Ruptura Editorial. Tessa é presidente da comissão de defesa de direitos humanos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, na USP, e participa dessa comissão há seis anos. Ela compartilha nesse episódio algumas de suas experiências e reflexões a partir desse espaço. Nossos convidados comungam da ideia de que há uma epidemia de sofrimento na universidade. Para pensar esse tema, eles discutem sobre o ambiente competitivo, as neuroses produzidas na universidade, a cobrança relatada pelos estudantes e a pressão pela exigência. Eles chamam atenção para o fato de que esse sentimento é atravessado por experiências de margem, por pessoas periféricas, negras, indígenas e trans, por exemplo e para a urgência da universidade repensar sua estrutura. Eles comentam sobre a importância de se investigar a universidade como território de produção de sofrimento e mapear escutadores, mesmo que não sejam profissionaisTessa reconhece o esforço de se garantir inclusão, mas alerta que se não houver escuta e olhar sensível para os indivíduos, essa inclusão será insuficiente. Heribaldo e Tessa comentam como as cotas trouxeram um novo desafio para a universidade, por trazer para esse espaço pessoas com realidades atravessadas por dificuldades materiais diversas. Esta presença, por outro lado, também traz contribuições, deslocando o centro das pesquisas e refletindo no currículo de Filosofia, por exemplo. Para eles, é compatível ter rigor e qualidade e repensar este sofrimento.
Quais discussões precisamos fazer para que a filosofia reverbere em todo território nacional?É esta a pergunta que orienta o episódio da nova temporada especial Anpof 40 anos com o professor Adriano Correia (UFG), que esteve na presidência da Anpof por quatro anos: entre 2017 e 2020. Nesta conversa com a profa. Ester Heuser (Unioeste), integrante da atual diretoria, Adriano Correia compartilha sua perspectiva a partir da sua experiência como professor e também como ex-presidente da Anpof, tendo testemunhado o crescimento e a interiorização dos programas de pós-graduação em Filosofia no país. Correia comenta sobre o processo de interiorização dos programas de pós-graduação em Filosofia, que subverte a relação centro-periferia. Para ele, vivemos a oportunidade de interlocuções qualificadas, reconhecimento de pesquisas vigorosas e uma mudança na circulação de pessoas nos espaços de conhecimento. Essa interiorização, na visão do professor, também provoca a diversificação da excelência, que se diz de vários modos. Otimista, Adriano acredita que em dez, vinte anos, vamos nos surpreender com o que vai surgir na Filosofia. As mudanças, acredita, vêm da base e isso, o professor relembra, já pode ser percebido a partir da pluralidade temática que cresceu em nossa área nos últimos dez anos, e que está refletida nos encontros Anpof.Para Adriano, o futuro da Filosofia é colorido, diverso e plural. Acompanhe a conversa!








O que é "mérito filosófico"?