Delegado executado: “O crime organizado perdeu todo o respeito pelo Estado”, diz Ivana David
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O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, foi executado a tiros de fuzil no início da noite de ontem, ao sair da Prefeitura de Praia Grande (SP), onde trabalhava como secretário de Administração. Fontes foi seguido pelos assassinos em um SUV preto. Imagens de câmeras de segurança mostram o carro do ex-delegado em alta velocidade, provavelmente em fuga, até colidir com um ônibus e capotar. Os bandidos desembarcaram do SUV com fuzis em punho e mataram o ex-delegado.
Fontes ganhou notoriedade pela atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 2006, indiciou toda a cúpula da facção, incluindo o líder Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
O governo paulista anunciou a formação de uma força-tarefa com a Polícia Civil e o Ministério Público para investigar o crime.
Em entrevista à Rádio Eldorado, a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, ressaltou que Fontes sempre teve um histórico de combate ao crime organizado. “Ele conseguiu identificar o primeiro esboço do que era a facção criminosa nos anos 2000”. Embora ressaltando que as investigações ainda estão em andamento, ela apontou a necessidade de respostas do Estado e de leis para proteger autoridades quando elas deixam seus cargos. “O crime organizado não esquece. O crime organizado não desiste. Perdeu todo o respeito pelo Estado”, afirmou.
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