No episódio, o SommCast recebe Diana Fornasero, enóloga e diretora de produção da Viña Cobos, uma das vinícolas mais icônicas da Argentina. Com mais de dez anos de experiência na casa, Diana compartilha sua trajetória ao lado de Paul Hobbs e revela como paixão, ciência e precisão se unem para criar vinhos excepcionais. A conversa traz bastidores da construção da Viña Cobos, os desafios enfrentados ao longo dos anos e a filosofia que molda a identidade da vinícola.

O bate-papo mergulha no universo do Malbec argentino, explorando os detalhes do trabalho com microparcelas, a importância da escolha de terroirs e a busca pela máxima expressão de cada vinhedo. Diana conta como a Viña Cobos construiu uma reputação baseada em inovação, mínima intervenção, seleção rigorosa de barricas e parcerias estratégicas com pequenos produtores. A entrevista também aborda práticas sustentáveis, o impacto das mudanças climáticas e a evolução dos estilos de vinificação ao longo das últimas décadas.

Um episódio imperdível para quem quer conhecer os bastidores da Viña Cobos e entender a complexidade por trás dos grandes vinhos de Mendoza. Assista agora e descubra todos os detalhes que fazem desses rótulos verdadeiras referências no mundo do vinho.

Destaques

🍇 A trajetória de Diana Fornasero

Diana começou na Viña Cobos em 2013 como estagiária e passou por diferentes funções — do laboratório ao controle de qualidade — até se tornar diretora de produção. Sua evolução traduz a cultura da vinícola: valorização da formação técnica, autonomia da equipe e foco absoluto nos detalhes que fazem a diferença.

🌿 Filosofia de mínima intervenção

A Viña Cobos adota práticas de viticultura regenerativa, priorizando o equilíbrio natural do vinhedo. O manejo sustentável inclui irrigação por gotejamento personalizada, estudos detalhados de solo e intervenções mínimas, sempre com o objetivo de preservar a expressão autêntica do terroir e manter a saúde das plantas.

🏞️ Terroirs de Mendoza: Luján de Cuyo x Valle de Uco

O episódio destaca as diferenças entre essas duas regiões fundamentais. Luján de Cuyo apresenta solos mais homogêneos, que resultam em vinhos com taninos aveludados, fruta madura e textura sedosa. Já o Valle de Uco, com maior altitude e solos pedregosos, entrega vinhos vibrantes, de acidez marcante, frescor intenso e grande complexidade aromática. Essa diversidade permite criar cortes sofisticados e vinhos com personalidades distintas.

🤝 Parcerias com pequenos produtores

Mais de 70% da produção da Viña Cobos vem de uvas de pequenos produtores parceiros. São cerca de 60 famílias que contribuem para a diversidade aromática e estrutural dos vinhos. O projeto Vinculum é um exemplo disso, criado para valorizar terroirs específicos e destacar o trabalho conjunto com produtores selecionados, expressando o vínculo direto entre a bodega e o campo.

🪵 Seleção e uso de barricas

A Viña Cobos substituiu o carvalho americano pelo carvalho francês, explorando diferentes tostagens, tamanhos de fudres e ajustes específicos para cada variedade e terroir. Para Diana, a madeira deve complementar o vinho, trazendo elegância e complexidade sem se sobrepor à fruta nem mascarar o caráter do terroir.

🔬 Microvinificações e decisões de colheita

A vinícola realiza até 50 microvinificações por safra, vinificando blocos específicos separadamente para analisar expressões aromáticas e potencial de guarda. As decisões de colheita envolvem avaliações em campo, degustações detalhadas e integração entre ciência, sensibilidade e experiência, garantindo que cada parcela revele o seu máximo potencial.

🌦️ Mudanças climáticas e adaptação

Diana comenta os desafios impostos pelas variações climáticas extremas, como chuvas intensas e alterações bruscas de temperatura em períodos críticos da safra. Cada colheita exige decisões rápidas e estratégicas, tornando-se um aprendizado constante para manter a consistência e a qualidade dos vinhos, mesmo em anos adversos.