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Mirante

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Author: Observatório Psicanalítico

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Este é o MIRANTE, um podcast para ouvir psicanalistas e pensadores de outros campos debatendo temas relevantes no nosso cotidiano contemporâneo.

O MIRANTE é do Observatório Psicanalítico e pertence à Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi).

Venha conosco nessa viagem de olhar o mundo a partir do mirante da psicanálise!
32 Episodes
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Como viver juntos? Ou melhor, como continuar a viver juntos?   Tal como no psiquismo humano, onde uma ferida lateja e nos retira do lugar de imaginarmos ter o domínio em nossa própria casa, uma cidade também é composta por uma miríade de lugares desconhecidos. Charles Baudelaire captou o espírito da cidade moderna ao falar sobre a errância, o caminhardespretensioso, similar a uma atenção flutuante do método psicanalítico, quando escutamos uma história ou andamos por uma cidade sem ansiar encontrar algo específico, até que um susto possa nos mostrar uma relevância e abrir um caminho novo. Todavia, são vários os desafios à soltura da errância. Na cidade é possível acompanhar usos e abusos: espaços públicos são privatizados, espaços comuns são apropriados, espaços criados para uma função acabam sendo utilizados para outras funções, a intimidade é exposta como mercadoria de consumo: segregações sociais violentas em deslocamentos urbanos, a febre dos porsches em colisão com pessoas em situação de rua, condomínio e hotéis de luxo ao lado de favelas. A cidade é cada vez mais um lugar de interditos.   O que é possível fazer para propiciar a construção de laços sociais em uma cidade contemporânea?   Para conversar conosco convidamos a urbanista Regina Meyer e a psicanalista Magda Khoury
Na aurora do século XX, Freud publica “A interpretação dos sonhos”, livro que também representa a entrada da psicanálise na cultura moderna, um marcador da ruptura com o século XIX, constituindo um novo futuro sobre a compreensão da vida mental humana. O significado dos sonhos sempre intrigou a humanidade, ao passo que foi descredenciado ou combatido em determinadas épocas e culturas. Freud criticou a posição médica vigente de seus contemporâneos, evidenciando a rigidez científica que impossibilitava alcançar o significado psicológico de um sonho. E constatou, com assombro, “que a visão dos sonhos que mais se aproximava da verdade era a não médica, mas a popular.”   Freud concluiu que o sonho é uma realização de desejo.   Um sonho nos leva a um espaço tão íntimo que conduz à seara do inconfessável, algo muitas vezes contraditório diante da imagem que a pessoa tem de si.     No entanto, culturas que preservam interpretações milenares podem ter uma visão diferente dos sonhos e sua relação com os desejos.   Diante disso, nos questionamos: atualmente, como vivenciamos os sonhos? Quais as funções do sono e dos sonhos? Diante dos avisos de culturas ancestrais acerca da “Queda do céu” é urgente reaprendermos a sonhar?  Os sonhos continuam a ser nossos oráculos, a nossa via régia?   Para conversar conosco sobre os sonhos na contemporaneidade convidamos o neurocientista Sidarta Ribeiro e o psicanalista Pedro Coli.
O que ocorre em uma experiência estética? Em 1908, Freud compara os devaneios e fantasias dos adultos com as brincadeiras infantis. A criança expressa seu mundo imaginário ao brincar de ser adulta, envolvendo-se em jogos, imitações e encenações que refletem as situações cotidianas dos mais velhos, como brincar de “papai e mamãe”.   O contato com o estético, por meio das diversas linguagens artísticas, proporciona prazer e deleite, mas também instiga a inquietude diante da ausência de respostas claras sobre o que nos comove. Desde a antiguidade até os dias contemporâneos, das belas artes às artes abjetas, a experiência estética se desenrola em uma ampla gama de possibilidades, envolvendo fruição, prazer, repulsa e desprezo.   Existe algo que ressurge no encontro estético? Ao considerar a dualidade entre Eros e Tânatos, como podemos compreender o prazer estético? Seria a arte o único meio de tocar, ainda que precariamente, o humano?   Para conversar conosco sobre “O impacto estético na arte e na psicanálise” convidamos o arquiteto, designer, professor de História da Arte Pedro Boaventura e o psicanalista Luiz Meyer.
Marquês de Sade é considerado uma das figuras desviantes na literatura. A construção de suas personagens seguiu na contramão de qualquer convenção social, longe de qualquer aprisionamento a regras morais. Na literatura libertina de Sade a analidade e o sadismo aparecem em narrativas de dominação, submetimento, crueldade, coprofilia. Freud, ao falar da sexualidade humana, explicita seu caráter complexo e composto, ressalta as excitações periféricas de partes do corpo, como genitais, boca, ânus, uretra. Desenvolve, em seus argumentos sobre a sexualidade, as formações reativas ou forças contrárias, como a vergonha, o nojo e a moral. Freud e os escritores fogem, portanto, das formas habituais de pensar o humano. Nesse sentido, pensar o erotismo é, amiúde, sair da convenção. É trazer o incômodo, a inquietude.  Freud relacionou a analidade ao sadismo e nomeou como fase sádico-anal aquela na qual esses aspectos estão em primeiro plano. Como a analidade aparece na teoria psicanalítica? Seria Freud um libertino? Para conversar conosco sobre essas e outras questões nesta temporada sobre “O Sexual na Polis” convidamos a professora e crítica literária Eliane Robert Moraes e a psicanalista Berta Hoffmann Azevedo.
Os primeiros estudos psicológicos e pedagógicos no século XIX legitimaram uma concepção da infância baseada em ideais de felicidade, fragilidade, inocência e espontaneidade. Freud inaugurou um novo olhar sobre a vida psíquica das crianças. Essa se faria acompanhar, desde o seu início, da dimensão sexual. Ele propõe uma nova ética, articulando o sexual ao infantil, insistindo na importância dos primeiros anos da infância para a etiologia sexual das neuroses. O termo sexualidade precisará ser diferenciado da noção de genitalidade. Afirmará também que o psiquismo é bissexual; apresentará conceitos como o complexo de Édipo, o complexo de castração, colocando o órgão pênis como referência na diferença entre os sexos e como objeto de “inveja” nas meninas. Como podemos pensar a teoria freudiana hoje? O falocrentrismo e seus efeitos estariam presentes ainda hoje na nossa cultura? Para continuar pensando sobre o sexual na Polis em nossa época, convidamos o historiador Alexandre Coser e a psicanalista Luciane Falcão.
Estamos acostumados a pensar que o bebê humano, diferentemente dos filhotes de outras espécies, é completamente dependente do outro.   Freud, já em 1885, no “Projeto para uma psicologia científica, entendia que quando as necessidades corporais exigem satisfação, o bebê com fome grita e esperneia. No entanto, esses movimentos não o saciam. É a ação de cuidado do outro que o assiste, e portanto, que permitirá que a experiência de satisfação aconteça, pondo fim às estimulações internas que provém das necessidades.   O seio da mãe é oferecido não apenas com o intuito de nutrição, mas de apaziguamento das tensões, minimizando as sensações de desconforto que o ego incipiente do bebê não pode ainda sustentar. Neste sentido, para a psicanálise, a relação com o seio é ampla e complexa.   Nos “Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade” (1905), Freud assinala que a pessoa que se ocupa dos primeiros cuidados do bebê - "que geralmente é a mãe - dedica-lhe sentimentos que se originam de sua própria vida sexual: acaricia, beija e embala a criança, claramente a toma como substituto de um objeto sexual completo".   É a partir dessa experiência com o corpo do outro, que a pulsão sexual é despertada no bebê, deixando marcas e criando possibilidades desejantes. Dessas marcas, principalmente a partir da retirada do seio e de alguma separação em relação à mãe, observaremos os mais diferentes destinos pulsionais que se expressam na vida humana. Seriam os filhotes de outras espécies realmente menos desamparados que os nossos? E ainda, como psicanalistas, que aspectos da nossa sexualidade estariam postos nesta relação política que travamos com as fêmeas de outras espécies? Para nos ajudar a pensar sobre o sexual na Polis convidamos a artista Cecília Cavalieri e a psicanalista Luciana Saddi.
O que é o sexual em Freud? O que é a pulsão sexual? De vida? De morte? Sexual de morte? Como os dualismos de nossas teorias têm sido tensionados pelas forças que irrompem na cultura? Será necessário desconstruir algo do paradigma dualista para recepcionar a sexualidade na contemporaneidade? Jacques Derrida, filósofo franco-argelino nascido em 1930, tem um intenso diálogo com a obra de Freud, e traz o conceito de desconstrução inspirado no mecanismo do recalque, entendendo que é necessário desconstruir determinado pensamento para se revelar aquilo que outrora fora excluído do seu campo de conhecimento. Seria o caso da Psicanálise seguir dialogando com Derrida e promover a desconstrução de paradigmas sobre a sexualidade para melhor compreendermos as demandas da clínica atual? Ou até mesmo desconstruir parte do que entendemos ser o pensamento freudiano? Essas são questões que dão início à nossa nova temporada, “O sexual na Polis”, e para nos ajudar a pensá-las, convidamos o filósofo Moyses Pinto Neto e a psicanalista Ana Paula Terra Machado.
Vivemos tempos difíceis e os mundos são muitos, e cada vez mais cindidos pelo efeito das bolhas digitais. Haverá política capaz de fazer a mediação entre tantos interesses, tantas verdades, tantas tensões? Seremos capazes de instituir um comum e interromper a rota predatória de nossas relações e construir caminhos que tragam o novo e impeçam a iminente ameaça ao nosso planeta? Quais os limites da palavra? Quais os limites da política? Por que vias será possível transformar a realidade? Para nos ajudar a entender a relação da psicanálise com a vida na Polis e como sua relação com a política se apresenta hoje, convidamos o filósofo e psicanalista Vladimir Safatle e o psicanalista Luís Carlos Menezes.
Em seu tempo, Freud constatou que o projeto civilizatório seria um projeto sempre inconcluso, de repetições, avanços e retrocessos, tensões entre forças de construção e destruição, e que o mal-estar seria uma condição inescapável. Reconhece a nossa capacidade destrutiva, mas não previu que a destrutividade humana sobre a natureza chegaria às dimensões caracterizadas hoje pelo Antropoceno. Como avançar em uma ideia de política que seja verdadeiramente atravessada por diferentes formas de estar no mundo? Como a psicanálise poderia contribuir para recuperar o elo apagado entre natureza e cultura? Como construir um futuro que reconheça a nossa ancestralidade? Neste programa, conversaremos com o filósofo Moysés Pinto Neto e a psicanalista Marilsa Taffarel.
Em seu livro "Sobre o autoritarismo brasileiro", de 2019, Lilia Schwarcz escreve o seguinte trecho: 'A história costuma ser definida como uma disciplina com grande capacidade de "lembrar". Poucos se "lembram", porém, do quanto ela é capaz de "esquecer". Há ainda quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo. Quase ninguém destaca, no entanto, sua genuína potencialidade para reiterar e repetir. Para os ouvidos de um psicanalista, as omissões, os esquecimentos, repetições e distorções são elementos que invariavelmente compõem as narrativas que os sujeitos nos contam sobre si mesmos. Mas de que forma um país pode narrar a sua história? Que conteúdos nossos livros escolares ainda não conseguem nos contar? Que sutilezas afinam ou desafinam a escuta de um historiador? Como ele poderia nos ajudar a identificar nossos sintomas enquanto sociedade? Para conversar conosco sobre o tema “Democracia e Autoritarismo” convidamos a historiadora Lilia Schwarcz e o psicanalista Cláudio Eizirik.
Passados mais de trinta anos da redemocratização, podemos perguntar: como está o cenário contemporâneo que entrelaça arte e política? A ascensão da extrema direita mobiliza propostas de confronto? Os artistas dissidentes conseguiram romper a bolha branca, heteronormativa e masculina que durante séculos dominou o campo da arte? E na psicanálise, quais ações estão acontecendo? As instituições devem se posicionar politicamente diante dos atos antidemocráticos? O que dizer do argumento usado por alguns de que isso fere a ética psicanalítica? Para conversar conosco sobre essas e outras questões,  convidamos o curador e arquiteto Diego Matos e o psicanalista Miguel Sayad.
As redes sociais foram fundamentais na formação dos atos golpistas e mostraram seu imenso poder de mobilização. Elas fomentam as crenças conspiratórias, o negacionismo, o fanatismo e as fake news. Uma realidade moldada pelo que hoje entendemos como pós-verdades. E são essas pós-verdades que passam a dominar o cenário político e as relações sociais. A democracia na era digital enfrenta, portanto, severos obstáculos. Estamos preparados para enfrentá-los? Para conversar sobre esse tema, convidamos a antropóloga Paula Sibilia, e o psicanalista Bernardo Tanis.
Psicanálise e Humor

Psicanálise e Humor

2023-01-0743:37

Da antiguidade ao nosso tempo na era digital, como encaramos o humor? O que a psicanálise pode nos falar sobre a linguagem humorística? Quando pensamos na imagem de um psicanalista ele está sério ou sorridente? É possível trabalhar com o humor na clínica? Esse é um tema que interessava a Freud, que tratou do assunto em dois textos: “O chiste e sua relação com o inconsciente”, de 1905; e “O humor”, de 1927. Qual a concepção do fundador da psicanálise sobre o humor? Em situações adversas, como em ataques antidemocráticos, o humor pode ser um agente contra o mal-estar na cultura? Para conversar conosco,  convidamos o roteirista e ator Guido Marcondes e o psiquiatra Júlio Gheler.
Muros, cercas, prédios, periferias, favelas, condôminos, transeuntes, ruínas. A cidade contemporânea e seus fluxos exibem as linhas de processos coloniais não resolvidos, repercutem o impacto das mudanças geopolíticas de exclusão, a privatização dos espaços públicos e as incertezas acerca do futuro. A psicanálise, desde Freud, constrói possibilidades de aberturas a espaços antes impensados. Teremos alguma contribuição a dar hoje ao porvir? Precisaremos ocupar novos espaços na cidade? Será esse o nosso sonho utópico urgente? Para conversarmos sobre isso convidamos o arquiteto Carlos Henrique Lima e a psicanalista Lucia Palazzo.
Ativistas de todo o mundo passam a reivindicar o comprometimento dos Estados com a garantia de condições de sobrevivência – não apenas da espécie humana, mas de todas as formas de vida do planeta, das quais dependemos profundamente. Seguimos apostando no Estado democrático, impregnado dos ideais iluministas, mas o próprio avanço da nossa civilização nos leva rumo ao colapso climático. É, portanto, a partir destas contradições, que se faz necessário e urgente uma escuta ampla sobre o tema que possa nos levar ao fortalecimento de nossa democracia e à construção de novos paradigmas. Para abrir esse diálogo aqui no Mirante, convidamos a médica Érika Pellegrino e a psicanalista Beti Cimenti.
No início do século XX, Freud passa a escutar e a dar voz ao desejo das mulheres. Seus escritos sobre feminilidade, no entanto, retratam caminhos de satisfação pulsional marcadamente restritos e limitadores. Com o avanço da modernidade, as possibilidades de realização pessoal das mulheres se ampliam para além do casamento e da maternidade. E hoje, qual é a nossa realidade? Quais os principais desafios contemporâneos referentes aos direitos e ao sofrimento das mulheres? Que lutas ainda são necessárias para efetivar a igualdade? Para conversar conosco sobre o tema, convidamos a doutora Verônica Ferreira e a psicanalista Juliana Lang.
No Brasil, a Constituição Cidadã de 1988 estabelece o compromisso do Estado com os direitos sociais. Trinta e cinco anos depois, o que podemos dizer da efetivação desses direitos? Na atualidade os números de desabrigados, da fome e da miséria são alarmantes. Retrocedemos? A impossibilidade de acesso aos direitos sociais produz sofrimento psíquico na população. E, infelizmente, a escuta psicanalítica ainda é uma oferta para poucos em nosso país. Em 1919, Freud defendia que os governos deveriam garantir clínicas públicas para a escuta de sua população.  Seria essa uma utopia? Afinal, que ideia de Estado podemos sustentar como horizonte? Para conversar conosco sobre direitos sociais e psicanálise, convidamos o filósofo José Antônio Moroni e o psicanalista Ney Marinho.
O Que é Democracia?

O Que é Democracia?

2022-09-0352:06

Neste momento de grave crise política, econômica e ambiental, de afirmação de nossa recente democracia diante de uma polarização que divide o país e que ressoa diariamente nas angústias que ouvimos em nossos consultórios, pretendemos oferecer nesta nova temporada do Mirante uma série de diálogos que possam contribuir para a compreensão de nossa história e de nosso funcionamento enquanto sociedade. Ao longo dos episódios vamos tratar das relações entre Democracia e Psicanálise. Neste programa, convidamos o cientista político Luís Felipe Miguel e a psicanalista Cecília Orsini. Que a efervescência política que ora vivemos possa nos trazer a fertilidade das boas trocas e reflexões.
O ataque aos vínculos sociais e o mal-estar diante da barbárie prejudicam os espaços de construção da alteridade e do reconhecimento da diferença. Poderá a psicanálise aguçar novas sensibilidades e formas de escuta para a inclusão de todas as subjetividades e assim continuar contribuindo para a tão necessária redução das desigualdades para a plenitude da Democracia e do respeito aos Direitos Humanos? Para conversar conosco sobre as relações entre Psicanálise e Direitos Humanos, convidamos a advogada Deborah Duprat e o psicanalista Eduardo Martins.
Um Novo Mundo

Um Novo Mundo

2022-08-2001:02:31

Ao longo da história da humanidade vimos o ser humano subjugar o seu semelhante, escravizá-lo e tentar apagar todas as referências e memórias com a finalidade de desumanizá-lo para benefício próprio. No Brasil, desde a invasão portuguesa e início do processo colonial, a cosmovisão branca e ocidental procurou estabelecer domínio nas relações individuais e sociais, a partir da lógica de superioridade racial. Se hoje continuamos a enfrentar essa dura realidade, imposta pelo racismo estrutural contra os negros e pelos ataques aos povos originários e à floresta, gerando desigualdade social e violência, será que desse desalento pode surgir algo novo como potência de enfrentamento ao velho mundo? Podemos afirmar que o modo de ser, de estar e de pensar, a partir da visão do homem branco ocidental, está fracassando? Para conversar sobre esse assunto, convidamos o filósofo Renato Noguera e o psicanalista Ignácio Paim.
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