A literatura libertina e a analidade na psicanálise
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Marquês de Sade é considerado uma das figuras desviantes na literatura. A construção de suas personagens seguiu na contramão de qualquer convenção social, longe de qualquer aprisionamento a regras morais. Na literatura libertina de Sade a analidade e o sadismo aparecem em narrativas de dominação, submetimento, crueldade, coprofilia.
Freud, ao falar da sexualidade humana, explicita seu caráter
complexo e composto, ressalta as excitações periféricas de partes do corpo, como genitais, boca, ânus, uretra. Desenvolve, em seus argumentos sobre a sexualidade, as formações reativas ou forças contrárias, como a vergonha, o nojo e a moral.
Freud e os escritores fogem, portanto, das formas habituais de pensar o humano. Nesse sentido, pensar o erotismo é, amiúde, sair da convenção. É trazer o incômodo, a inquietude.
Freud relacionou a analidade ao sadismo e nomeou como fase sádico-anal aquela na qual esses aspectos estão em primeiro plano. Como a analidade aparece na teoria psicanalítica? Seria Freud um libertino?
Para conversar conosco sobre essas e outras questões nesta temporada sobre “O Sexual na Polis” convidamos a professora e crítica literária Eliane Robert Moraes e a psicanalista Berta Hoffmann Azevedo.