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Author: marina colerato
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resenhas e entrevistas de interesse ecofeminista por Marina Colerato. escrevo sobre política, ecologia, transumanismo, Rojava e mulheres. à esquerda e avante.
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Fala na Audiência Pública na Câmara dos Deputados - Comissão da Educação (2024) sobre a importância histórica de espaços íntimos separados por sexo para meninas e mulheres. This is a public episode. If you’d like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit marinacolerato.substack.com/subscribe
Hoje é track #tbt, dia de retomar algumas produções antigas pertinentes ao contexto atual. Dessa vez compartilho com vocês o podcast que gravei, em 2020, com a Nelsa Nespolo, da cooperativa Justa Trama. À época, quem possibilitou minha ida à Porto Alegre para gravar pessoalmente com a Nelsa foi a Mercur. Eles tinham acabado de estabelecer uma parceria de produção com a cooperativa para produção da bolsa térmica 100% natural. Eu já conhecia o trabalho da Nelsa, mas não sua história completa. Nesse episódio, que é meu preferido do já extinto Backstage, é possível entender sobre como a Nelsa chegou na Justa Trama e sobre seu trabalho de construção de redes produtivas que não sejam marcadas pela verticalidade e relações exploratórias, do campo à confecção. Esse episódio é pertinente no atual contexto, pois o avanço do agro sobre os territórios tem sido uma ameaça constante à produção de algodão agroecológico, que no Brasil é produzido em sistema consorciado, ou seja, juntamente com alimentos como feijão, milho e fava. A produção de algodão agroecológico é uma forma de ampliar a capacidade de subsistência na roça, sobretudo frente às inconstâncias climáticas, nas quais as estações já não são mais constantes e momentos de chuvas prolongadas alternados com os de secas prolongadas têm significado uma equivalente inconstância na produtividade das safras. Nesse sentido, embora calamidades como a que estamos presenciando no Rio Grande do Sul escancarem o descaso do poder público com a severidade das consequências das alterações do clima, elas também servem para expor que o greenwashing político é parte e parcela das práticas do Estado, assim como o são das corporações transnacionais e do próprio agronegócio. Rifar o bioma regulador de chuvas do país não viria sem um preço — não para os políticos, é claro, mas para a população que, sem sombra de dúvidas, é quem menos se beneficia e mais é prejudicada pelas “externalidades” oriundas dos acordos entre o Capital e o Estado, mesmo que ela não perceba dessa maneira. Ao mesmo tempo, o fato do Estado fazer nada ou muito pouco calamidade após calamidade também reafirma a necessidade de uma perspectiva autonomista em termos de organização comunitária, a despeito das diversas barreiras que atrasam e desanimam articulações desse tipo. No podcast com a Nelsa, falamos um pouco sobre isso, dado que, como operária, ela tem uma trajetória de articulação em movimentos de base, inclusive de muito envolvimento com o então extinto orçamento participativo. Embora vocês vão ouvir que tudo estava longe de ser perfeito, a experiência foi oportuna. Por fim, a cooperativa Justa Trama está em um dos locais mais afetados pelas enchentes, a Vila Nossa Sra Aparecida, e estão se articulando para apoiar aquelas e aqueles que perderam tudo na comunidade. Vocês podem saber mais no Instagram e, se viável, enviar algum valor para colaborar com as necessidades imediatas. Espero que gostem do papo, aprendam com ele, compartilhem com pessoas amiga e deixem seu <3 para eu saber que vocês curtiram.Até a próxima,Marina Colerato This is a public episode. If you’d like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit marinacolerato.substack.com/subscribe
Essa semana, fui convidada pela Celina Lazzari para compartilhar um pouco do que aprendi nos últimos anos sobre a luta das mulheres curdas e a revolução de Rojava no Fronteira Vermelha. Como é raro eu negar qualquer oportunidade de espalhar a palavra, lá fomos nós. Nosso papo passou por vários pontos: separatismo político e a importância de espaços exclusivos para mulheres se organizarem, definirem seus objetivos e estratégias de luta; matar o macho dominante e a fêmea submissa; sobre construir alternativas e abrir mão do Estado, a dificuldade de construir uma sociedade radicalmente diferente sem referências reais nas quais se apoiar, e sobre todas as contradições que surgem nesse processo, o que aponta para a necessidade de sermos menos idealistas e reconhecermos que tudo o que mais detestamos do “sistema” está, em alguma medida, em nós e “nos nossos”, resultando em uma série de dificuldades e problemas para organização coletiva e até mesmo para o comunalismo; o compromisso histórico dos curdos com sua libertação enquanto povo e a força e resistência que surge desse processo, o que torna os guerrilheiros e guerrilheiras grandes vitoriosos a despeito de lutarem contra um dos maiores exércitos da OTAN.Nós também passamos pelas críticas de Abdullah Öcalan e das mulheres curdas à academização e liberalização do movimento feminista — e da própria esquerda — no Ocidente, o que nos levou para a o identitarismo woke, o criacionismo pós-moderno e o avanço do outro lado da moeda, o conservadorismo anti-feminista. Para que seja possível fazer mais textos, entrevistas, reportagens e podcasts de forma realmente autônoma aqui no lado b é preciso recursos financeiros. Se você gosta do conteúdo, considere apoiar com uma assinatura mensal, anual ou como membro fundador.Para quem quiser continuar navegando pela temática, trombei com alguns textos interessantes essa semana sobre o tema, a começar com o How Does One Become Woke? A autora conta sobre sua amizade com uma menina da classe alta que há alguns anos ocupa um cargo importante como crítica cultural no The New York Times e é grande promotora da agenda de gênero. Essa amiga, que ela chama de D., se formou em Berkley e foi aluna de Judith Butler e, até Trump, não se interessava por nenhum tipo de movimento político, menos ainda para o mundo não Ocidental. A autora, por sua vez, é de uma família de classe trabalhadora e cresceu na Romênia soviética, de onde saiu em 1991 como refugiada política. O que eu acho particularmente triste e está escancarado nesse relato é o fato dele reafirmar o que é ridiculamente nítido: estamos falando de um grupo de sujeitos ensimesmados do Norte global, que respiram todas as referências de um país imperialista, que não passam de um grupo de sujeitos interessados em manterem seu capital social e muito pouco preocupados com a realidade material objetiva das mulheres, da classe trabalhadora e das “colônias”. No entanto, as “colônias” os defendem de forma tão furiosa que estão dispostas a sacrificar qualquer coisa por suas “ideias brilhantes”.Esses sujeitos não estão preocupados em libertar nada nem ninguém. Eles detêm cargos importantes e distribuem esses cargos entre os seus, visando manter seus privilégios de classe, inclusive por meio da própria filosofia. A sua superioridade moral e seu senso de direito é tamanho que eles chamam qualquer um que discorde de suas ideias de fascistas, se tornando grandes negacionistas científicos quando a Ciência não ratifica sua ideologia. É por isso que a única liberdade de expressão que importa é a deles porque suas ideias são as ideias verdadeiras, corretas. Ler o texto e não lembrar do diretor da Fundação Ford defendendo o wokenismo, chamando todos os “anti-woke” de racistas é impossível. É um texto realmente excelente e há muitos trechos que dão ótimos destaques, mas vou escolher apenas um para vocês irem lá ler tudo: Você precisa ser um professor de direito “assustadoramente brilhante” de Berkely para acreditar que os homens podem se tornar mulheres e engravidar. Na verdade, apenas a “assustadoramente brilhante” Judith Butler poderia afirmar que o homem branco ocidental doutrinou o “Sul Global” em noções tradicionais de masculinidade e feminilidade. Quão rancoroso devemos ser com as pessoas do “Sul Global” – que “eles” [a autora se refere à Judith Butler, que agora diz que seu pronome é “they/them”] provavelmente só conheceram nos hotéis Sheraton enquanto dão conferências em todo o mundo nas quais “eles” educam o Outro – para imaginar que os outros tiveram que esperar pelo homem ocidental branco para lhes dizer o que são um homem e uma mulher, porque eles não conseguiam descobrir sozinhos! Só os acadêmicos que usam o termo “Latinx” (uma invenção norte-americana que, segundo as estatísticas, só é usada por 3% dos latino-americanos) e nunca socializam com pessoas de países não-ocidentais podem estar tão iludidos em relação aos outros! Na verdade, quando Butler vai para o “Sul Global” (mais especificamente, o Brasil) as suas teorias são fortemente rejeitadas pelo que o seu discípulo chama de “grupos fundamentalistas”. Aparentemente, o “Sul Global” não vale nada se não partilhar as nossas opiniões.Talvez esse seja o problema de estar mais preocupada com o que os outros vão pensar de você do que com o comprometimento com os próprios valores. A geração vendida não é um texto particularmente novo — e fala sobre música — mas lembrei dele esses dias quando fui ler um texto do Caio Prado Jr em um site de debates políticos com vários acadêmicos importantes. Por curiosidade, fui checar sobre o site — quem fundou, quem financia. Não surpreendentemente, o site foi fundado por uma fundação filantrópica de um milionário. Há alguns meses, apliquei para um trabalho em um instituto de pesquisa em um determinado departamento da USP cuja cabeça é uma mulher, figura importante no debate econômico brasileiro. Todos os projetos do instituto de pesquisa eram financiados pela filantropia capitalista, com excessão de um, que tinha financiamento público. Não muito tempo antes, eu fiquei sabendo sobre uma influencer e pesquisadora da esquerda (que muitos de vocês conhecem) que se tornou chefe de pesquisa em um instituto financiado da mesma forma. Dos institutos de pesquisa às mídias especializadas e/ou independentes, todo mundo foi comprado. Existe alguma coisa que não seja financiada pela filantropia capitalista quando falamos de mídia e pesquisa? Porque eu não consigo levantar mais de meia dúzia de organizações sem muita relevância para a atual fabricaçao de consenso. As perguntas realmente sinceras que surgem daí são: Como fazer jornalismo e pesquisa de forma livre quando se está atado ao dinheiro do grande capital? Como ser anti-capitalista e aceitar sentar nas instituições midiáticas, culturais e de pesquisa financiadas pelos grandes capitalistas para produzir produtos jornalísticos e de pesquisa que, direta ou indiretamente, atendem aos interesses de manutenção dessa classe? Como enxergar a linha que separa a necessidade de sobreviver e a ânsia de se vender para ter uma fatia mais generosa do prestígio e do dinheiro? A revolução não será financiada, mas a contra-revolução com certeza está sendo e parte desse financiamento está indo para quem forma opinião nos círculos da esquerda hegemônica hoje — e eu não estou falando da CUT recebendo dinheiro do governo dos EUA para implementar projetos de promoção do transgenerismo (o LGBTQIA+ é só pra disfarçar, como vemos na linha fina). A ONGnização e financeirização dos movimentos sociais forjou uma narrativa particular de justiça social por meio das doações filantrópicas onde não existe luta de classes. Eu não tenho dúvidas que esse é um importante fator para a tal “morte da esquerda”. Ou, talvez mais precisamente dizendo, para a norte-americanização da narrativa emancipatória. Os EUA são um país sem tradição de luta de classes, onde os principais pensadores operam no plano puramente cultural e o movimento símbolo é o Panteras Negras. No plano das ideias, John Money e Judith Butler — principais ideólogos da teoria da identidade de gênero — são estadunidenses. Lembrando que essa última não sai das manchetes dos principais veículos jornalísticos nacionais, tendo um espaço que nenhum outro autor tem ou já teve na mídia.No plano do financiamento bilionário, Ford Foundation, Open Society Foundations, LGBTQ+ Victory Institute, todos norte-americanos. O LGBTQ+ Victory Institute tem programas de treinamento de líderes políticos no Sul global visando inserir seus pupilos nos governos locais. No relatório da organização de 2022, o mais recente disponível, entre “os casos de sucesso” está o Brasil:Ou seja, esses filantropos, por meio de alguns peões brasileiros, que vão dos sujeitos com pedigree como Abramovay a recém-treinados para ocuparem cargos públicos, estão sentados nas cadeiras do governo. Seus recursos sustentam de projetos da mídia hegemônica, como Folha de S.Paulo, à toda estrutura institucional das principais organizações de mídia independente no país, além de estarem rapidamente adentrando o financiamento de pesquisas em departamentos de pesquisas de universidades públicas. Se isso não é suficiente para soar um alarme, eu sinceramente não sei o que é. Obrigado por ler lado b. Esta publicação é pública, por isso sinta-se à vontade para a partilhar.Talvez se mencionarmos que os empurrões legais de Martine (Martin) Rothblatt — o norte-americano que é um dos CEOs mais bem pagos da Big Pharma, se diz mulher e tem uma esposa robô, que junto com alguns companheiros da elite norte-americana, pavimentaram os caminhos para os Princípios de Yogyakarta —, ou se pegarmos a OSF e Soros, cujo principal rendimento hoje vem da Teva Pharma, o alarme soe mais alto? Não estamos falando pura e simplesmente de empurrar o transumanismo por meio do transativismo, estamos falando de uma agenda maior que contempla a normalização da pedofilia, que apareceu abertamente defendida nas diretrizes globais da Comis
Desde que fiz a entrevista com a filósofa inglesa recém-publicada no Brasil pela editora Cassandra, Kathleen Stock, estou tentando abrir diálogo com editores de veículos de amplo alcance, bem como veículos nichados à esquerda, com o objetivo de contribuir para diminuir o nível de toxicidade e parcialidade em se tratando do debate acerca das consequências da implementação acrítica de políticas baseadas na teoria da identidade de gênero. A única resposta positiva foi a publicação da resenha do livro de Stock, Material Girls: Por que a realidade importa para o feminismo, no site do Le Monde Diplomatique Brasil. No entanto, em sua versão impressa de abril, o veículo escolheu o sensacionalismo e o mal jornalismo ao enquadrar todos os críticos das políticas de identidade de gênero suplantando os direitos baseados no sexo como de extrema direita. Infelizmente, o que esse tipo de escolha editorial tem feito é contribuído imensamente para a polarização do debate e para a completa impossibilidade de alcançarmos um caminho do meio ao negar veementemente qualquer nuance. Há um tanto a ser pautado e alguns jornalistas dispostos. Sem pensar muito, podemos fazer uma lista de temas: predadores sexuais sendo alocados em presídios femininos e resultando em estupros (no plural mesmo); agressores de mulheres usando a Lei Transgênero para serem enviados para o mesmo abrigo de suas vítimas; as novas conclusões científicas acerca do chamado “tratamento afirmativo de gênero” para crianças e adolescentes (incluindo as sobreposições entre anorexia e disforia de gênero em meninas); o WPATH Files e a estimativa tímida de 27% de destransicionados; a importância de esportes separados por sexo; a censura na academia… Poderia continuar, mas o cerne da questão é que absolutamente nenhum editor precisa acreditar em mim ou em ninguém. Ele pode fazer a pesquisa, a leitura e a investigação por si só. No entanto, o que vemos é silêncio e recuso a olhar.É importante que a negação da grande mídia e dos veículos à esquerda fique registrada para que, em um futuro não tão distante, onde as vítimas dessa atitude não puderem mais ser silenciadas, e a influência da Big Tech e da Big Pharma nessa agenda se torne incontornável, esses editores e editoras não possam dizer “nós não sabíamos”, como se sugestões de pautas não tivessem chegado em seus e-mails. Lá fora, e silenciosamente, o The Guardian chamou Suzanne Moore de volta e Julie Bindel está escrevendo para veículos dos quais ela foi previamente desligada. Cheira a mea culpa, sem dúvidas, mas talvez possa ser uma prova de que não há mentira que se sustente para sempre. Por aqui, seguimos contando com as autonomistas então deixo vocês com a versão com cortes da minha entrevista com a autora de Material Girls sem paywall. Se gostou, só peço que me dê seu <3, compartilhe e considere apoiar o lado b com uma assinatura mensal ou anual.Até a próxima,Marina Colerato This is a public episode. If you’d like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit marinacolerato.substack.com/subscribe
No painel dois da mesa Let’s talk about sex baby! Why biological sex remains a necessary analytic category in anthropology (Vamos falar sobre sexo, baby! Por que o sexo biológico continua sendo uma categoria analítica necessária na antropologia), a Dra. Elizabeth Weiss explica o binarismo do sexo humano, bem como o dimorfismo sexual, por meio da antropologia física, especificamente por meio de estudos dos ossos. Em 15 minutos, ela explica como é possível identificar o sexo de um indivíduo falecido usando ossos diversos do corpo com altíssimas taxas de precisão mesmo quando este passou por anos de processo de transição médica e fez cirurgias de modificação óssea, contra-argumenta a ideia de que povos passados não consideravam o sexo binário, desmistificada a condição antes conhecida como intersexo, atualmente melhor nomeada como desvio do desenvolvimento sexual, aponta a importância da identificação do sexo na antropologia forense para reconhecer vítimas e encontrar assassinos e, para finalizar, discorre sobre a necessidade dos antropólogos físicos entenderem os impactos da transição médica na saúde óssea, sobretudo quando a transição é feita na puberdade. Elizabeth Weiss é professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de San Jose, California (EUA), e ministra cursos de antropologia física. Sua experiência em pesquisa está em análises esqueléticas de osteoartrite, marcadores musculares e seções transversais ósseas para reconstruir estilos de vida e compreender melhor a biologia óssea.Estudos mencionados:CHOUVALOPOULOU, Maria-Eleni; VALAKOS, Efstratios; NIKIT, Efthymia. Skeletal Sex Estimation Methods Based on the Athens Collection, Forensic Sci. 2022, 2(4), p. 715-724. Disponível em: https://doi.org/10.3390/forensicsci2040053. KAESWAREN, Yuvenya e HACKMAN, Lucina. Sexual dimorphism in the cervical vertebrae and its potential for sex estimation of human skeletal remains in a white scottish population. Forensic Science International: Reports, 2019, vol 1. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.fsir.2019.100023. TONEVA, Diana; NIKOLOVA, Silviya; AGRE, Gennady; ZLATAREVA, Dora; FILEVA, Nevena; LAZAROV, Nikolai. Sex estimation based on mandibular measurements. Anthropologischer Anzeiger, 2024, vol. 81, n. 1, p19. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37498011. REDFERN, Rebecca C. et al. ‘Written in Bone’: New Discoveries about the Lives and Burials of Four Roman Londoners. Britannia, 2017, vol. 48, p. 253-277. Disponível em: https://doi.org/10.1017/S0068113X17000216SCHALL, Jenna; ROGERS, Tracy L.; DESCHAMPS-BRALY, Jordan C. Breaking the binary: The identification of trans-women in forensic anthropology. Forensic Science International, 2020, vol. 309. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.forsciint.2020.110220. FLAHERTY, Taylor M; BYRNES, Jennifer F.; MADDALENA, Antonella. Misgendering a transgender woman using FORDISC 3.1: A case study. Forensic Science International: Synergy, 2023, vol. 7. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.fsisyn.2023.100342.BOOGERS, Lidewij Sophia et al. European Journal of Endocrinology, 2023, vol. 189, n. 2, p. 290–296. Disponível em: https://doi.org/10.1093/ejendo/lvad116.LATHAM, Antony. Puberty Blockers for Children: Can They Consent? The new bioethics, 2022, vol. X, p. 268-291. Disponível em: https://doi.org/10.1080/20502877.2022.2088048. This is a public episode. If you’d like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit marinacolerato.substack.com/subscribe
Você já deve ter ouvido antropólogas e antropólogos endossarem todo o tipo de relativismo pós-moderno em torno da realidade material e ecológica dos humanos enquanto espécie de animal mamífero, entre elas que o sexo é construído da mesma forma que, digamos, a mandioca foi domesticada pelos indígenas (embora nenhum deles consiga me responder exatamente em qual momento da história os humanos criaram o sexo macho e fêmea dos primeiros homo sapiens), quem se opõe à ideia de que a medicalização permanente de corpos saudáveis é algo revolucionário só pode ser contra a legalização do aborto (porque realmente uma intervenção emergencial e a medicalização permanente são a mesma coisa [risos irônicos]) e as sementes criolas também sofreram transformações ao longo da história (então talvez nós não deveríamos nos importar com as sementes geneticamente modificas, como insiste o agro?). Cada comparação é melhor que a outra e seria realmente inacreditável alguém ter passado oito anos ou mais em uma universidade para sair mandando dessas se nós não conhecêssemos a história da Ciência (com C maiúsculo, para demarcar seu caráter de abstração dominante do patriarcado capitalista) e o que ela sempre significou para as mulheres. ‼️ Estamos na reta final de arrecadação do financiamento coletivo Feminismo é luta de classes! Confira as recompensas e faça seu apoio clicando aqui.Mas, nem tudo está perdido, meus jovens! Na newsletter de hoje, vocês podem assistir, com legendas em português, a primeira apresentação da mesa Let’s talk about sex baby! Why biological sex remains a necessary analytic category in anthropology (Vamos falar sobre sexo, baby! Por que o sexo biológico continua sendo uma categoria analítica necessária na antropologia). A mesa foi escolhida para ser apresentada em um importante congresso de antropologia organizado pela Associação Americana de Antropologia (AAA) e pela Sociedade Canadense de Antropologia (CASCA), mas alguns meses depois de ser aceito, as debatedoras receberam o aviso do cancelamento do painel. Nada novo sob o sol, como não há argumentos contra a realidade, a alternativa é tentar enterrar quem pensa diferente com cancelamento e ostracismo. Porém, a outra boa notícia é que estão surgindo organizações como a Heterodox Academy e projetos para combater a censura e auto-censura na academia dentro das universidades e de programas de pesquisa. Esse tipo de articulação tem servido tanto para re-plataformar debates e apresentações cancelados, como para ser espaço de diálogos e pesquisas importantes acerca da liberdade de pensamento e de pesquisa. Afinal, se pessoas podem publicar esse tipo de coisa e esse tipo de coisa em periódicos, porque não podemos falar e publicar sobre a realidade ecológica e biológica dos animais humanos, sobretudo das mulheres? O cancelamento acabou ampliando o alcance do evento, que foi transmitido ao vivo gratuitamente no YouTube e agora está disponível para quem quiser acessar, e para vocês com legendas! Começaremos com o primeiro painel e seguirei enviando os outros painéis para vocês ao longo do mês. A primeira painelista é Kathleen Lowrey, da Universidade de Alberta, autora do livro Shamanism and Vulnerability on the North and South American Great Plains (2020) (Xamanismo e Vulnerabilidade nas Grandes Planícies da América do Norte e do Sul) e autora dos volumes 1 e 2 de Enchanted Ecology: Magic, Science, and Nature in the Bolivian Chaco (2003) (Ecologia Encantada: Magia, Ciência e Natureza no Chaco Boliviano). Ela mesma, a antropóloga mencionada por Kathleen Stock na nossa conversa. Lowry fala sobre grandes narrativas, como fomos da Deusa ao ciborgue, traz as descobertas de 2015 que mostram que Marija Gimbutas, arqueóloga lituana, conhecida por suas pesquisas sobre as culturas do Neolítico e da Idade do Bronze e pesquisas avançadas sobre a religião da Deusa mãe, estava correta e afirma compreender o cancelamento do painel como um sinal de morte lenta do relativismo pós-moderno que domina a antropologia há cinquenta anos. Tá bom demais. Aproveitem e aguardem os próximos, pois só melhora. Lembrem-se de partilhar essa track com pessoas amigas para que a informação voe longe! This is a public episode. If you’d like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit marinacolerato.substack.com/subscribe
This is a free preview of a paid episode. To hear more, visit marinacolerato.substack.comChegou a tão esperada entrevista com a filósofa Kathleen Stock. Na esteira do lançamento do seu livro para o português, Material Girls: Por que a realidade importa para o feminismo, publicado pela editora Cassandra em 2023, bati um papo com a filósofa Kathleen Stock sobre identidade de gênero, perseguição e cancelamento, egotrip acadêmica e antropoceno, a situação dos periódicos acadêmicos e da revisão por pares, o papel do jornalismo na assim chamada guerra cultural, seu trabalho com a jornalista Julie Bindel no The Lesbian Project (saiba mais em ), como sobreviver sendo estudante em uma academia cada vez menos aberta à investigação acadêmica livre e iniciativas como Heterodox Academy.
Professora e doutora em história, a feminista Suzana Veiga topou conversar comigo sobre história, mulheres, pensamento decolonial, caça às bruxas e luta de classes para dar uma pequena prévia de parte do que vocês encontrarão no conteúdo da formação política “Feminismo é luta de classes!”. Além de conversarmos sobre a importância da história das mulheres - para as mulheres, para o movimento feminista e para a luta de classes -, abordamos as lutas e as glórias de fazer pesquisa feminista e finalizamos com dicas de leitura para quem quer aprender sobre história das mulheres. Você pode acompanhar a Suzana no Instagram @suzanaveiga. Para saber mais sobre a formação política “Feminismo é luta de classes!, acesse a página do financiamento coletivo no Apoia-se. This is a public episode. If you’d like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit marinacolerato.substack.com/subscribe
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