está aberta a entrevista com Kathleen Stock
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Desde que fiz a entrevista com a filósofa inglesa recém-publicada no Brasil pela editora Cassandra, Kathleen Stock, estou tentando abrir diálogo com editores de veículos de amplo alcance, bem como veículos nichados à esquerda, com o objetivo de contribuir para diminuir o nível de toxicidade e parcialidade em se tratando do debate acerca das consequências da implementação acrítica de políticas baseadas na teoria da identidade de gênero.
A única resposta positiva foi a publicação da resenha do livro de Stock, Material Girls: Por que a realidade importa para o feminismo, no site do Le Monde Diplomatique Brasil. No entanto, em sua versão impressa de abril, o veículo escolheu o sensacionalismo e o mal jornalismo ao enquadrar todos os críticos das políticas de identidade de gênero suplantando os direitos baseados no sexo como de extrema direita.
Infelizmente, o que esse tipo de escolha editorial tem feito é contribuído imensamente para a polarização do debate e para a completa impossibilidade de alcançarmos um caminho do meio ao negar veementemente qualquer nuance.
Há um tanto a ser pautado e alguns jornalistas dispostos. Sem pensar muito, podemos fazer uma lista de temas: predadores sexuais sendo alocados em presídios femininos e resultando em estupros (no plural mesmo); agressores de mulheres usando a Lei Transgênero para serem enviados para o mesmo abrigo de suas vítimas; as novas conclusões científicas acerca do chamado “tratamento afirmativo de gênero” para crianças e adolescentes (incluindo as sobreposições entre anorexia e disforia de gênero em meninas); o WPATH Files e a estimativa tímida de 27% de destransicionados; a importância de esportes separados por sexo; a censura na academia… Poderia continuar, mas o cerne da questão é que absolutamente nenhum editor precisa acreditar em mim ou em ninguém. Ele pode fazer a pesquisa, a leitura e a investigação por si só. No entanto, o que vemos é silêncio e recuso a olhar.
É importante que a negação da grande mídia e dos veículos à esquerda fique registrada para que, em um futuro não tão distante, onde as vítimas dessa atitude não puderem mais ser silenciadas, e a influência da Big Tech e da Big Pharma nessa agenda se torne incontornável, esses editores e editoras não possam dizer “nós não sabíamos”, como se sugestões de pautas não tivessem chegado em seus e-mails. Lá fora, e silenciosamente, o The Guardian chamou Suzanne Moore de volta e Julie Bindel está escrevendo para veículos dos quais ela foi previamente desligada. Cheira a mea culpa, sem dúvidas, mas talvez possa ser uma prova de que não há mentira que se sustente para sempre.
Por aqui, seguimos contando com as autonomistas então deixo vocês com a versão com cortes da minha entrevista com a autora de Material Girls sem paywall. Se gostou, só peço que me dê seu <3, compartilhe e considere apoiar o lado b com uma assinatura mensal ou anual.
Até a próxima,Marina Colerato
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