Olá colegas psicólogos do SUAS, tudo bem?

Seguindo a wibe do peixe e do pescar, nesse podcast vou comentar um artigo de Vinicius Tonollier Pereira e Pedrinho Guareschi, publicado na revista Diálogo, da UnilaSalle, em 2014 (link para o artigo completo no final do post).

Com o instigante título “Representações sociais da psicologia sobre os usuários do CRAS: culpabilização dos sujeitos em situação de vulnerabilidade social”, o artigo traz uma reflexão muito lúcida e crítica para o nosso cotidiano de trabalho como psicólogos do SUAS.

Os autores investigaram as representações sociais de psicólogos (no caso psicólogas, já que todas as entrevistadas eram mulheres…) que trabalham em CRAS sobre os usuários do SUAS, modos de vida das famílias e questões que facilitam ou dificultam o trabalho no SUAS. 

O BLOG SUAS CONVERSAS ADVERTE: AS IMAGENS (digo, os achados do estudo) SÃO FORTES!!

Agora falando sério: mesmo no discurso de profissionais do SUAS (especificamente psicólogas do SUAS), foram encontradas velhas representações sociais de “ensinar a pescar ao invés de dar o peixe” e que refletem a individualização de problemas que são sociais, “culpabilizando” os pobres pela pobreza.

Todos nós, psicólogos e não psicólogos, trabalhadores do SUAS e não trabalhadores do SUAS, estamos imersos em determinado contexto cultural, econômico, histórico, político e social, de modo que podemos absorver, sem muita reflexão, algumas representações sociais que circulam na sociedade. Acredito que contribui para isso a falta de espaços de discussão na graduação em psicologia sobre psicologia na assistência social e nas demais políticas públicas, a produção da pobreza e da exclusão, o compromisso social da nossa profissão…penso que se essas temáticas fossem mais discutidas em nossa formação, não “nos pegaríamos” desavisados, reproduzindo acriticamente representações sociais distorcidas.

Coragem! Ouça o podcast sobre esse provocativo artigo!

A ideia não é se autoflagelar caso você identifique que, algum dia, partilhou dessas representações. A ideia é justamente “estar vigilante”, nesse caso, estar eticamente e politicamente vigilante sobre os significados que perpassam o nosso fazer cotidiano e o nosso olhar sobre as comunidades, famílias e usuários que atendemos. Vale muito a reflexão.

Clique no player e ouça o podcast. E abaixo seque o link para baixar o artigo completo e assim tirar suas próprias conclusões. Beijos a todos, e até nossa próxima conversa!

https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Dialogo/article/view/1626