Pudim Amarelo #15 – Mais Mistérios Marítimos
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O Pudim Amarelo, spin-off do PudimCast® apenas para tratar de mistérios e temas sobrenaturais, volta a se aventurar pelos sete mares para desvendar mais mistérios marítimos! Nesse episódio, Cintia Pudim e Ira Croft — diretamente do Mundo Freak —, partem em busca de ilhas assombradas, sons misteriosos e acontecimentos estranhos ao redor do globo.
Embarque na expedição!
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Poveglia, Itália
A Poveglia é uma ilha localizada na Lago de Veneza que, apesar de estar num dos locais mais visitados do mundo, não é muito conhecida. A ilha tem cerca de 70 km² e 50% da composição do solo é de cinzas humanas. É considerada a ilha mais assombrada do mundo.
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Apesar de ser considerada uma ilha fantasma hoje em dia, a Poveglia começou a ser ocupada no ano 421 d.C., por conta do crescimento da população na região, mas, em 1793, a ilha começou a ser usada como local de isolamento provisório para servir de quarentena a navios com destino a Veneza. No ano de 1803, foi emitido um decreto obrigando que todos os navios que vinham de regiões infectadas pela febre amarela, estavam terminantemente proibidos de aportar em qualquer porto e deveriam ser direcionados para a ilha de Poveglia para que seus tripulantes pudessem cumprir quarentena.
Com o passar dos dias, os novos habitantes, eram infectados com as doenças de outros passageiros e, gradativamente, toda a população da ilha estava infectada, pela peste bubônica que foi trazida por tripulantes um tempo antes. De acordo com o The Telegraph, as autoridades italianas na época estimaram 16 mil mortos em decorrência da doença, visto que agentes oficiais foram até a ilha para enterrar os corpos em um sepultamento coletivo, sem a possibilidade de identificação individual. O reconhecimento dos cadáveres só foi possível graças às listas de passageiros que continham dados pessoais. Com poucos sobreviventes nesse período, a ilha só teve sua quarentena encerrada em 1814, quase 40 anos após seu início. Algumas das estruturas que foram construídas para abrigar os infectados ficaram completamente abandonadas até o século 20.
Uma nova tragédia
Em 1922, um hospital psiquiátrico — que recebia apenas pacientes idosos —, foi instalado pelo governo italiano nas estruturas da ilha que tinham sido usadas para abrigar o isolamento da peste bubônica. Os distúrbios de pacientes, no entanto, fizeram surgir a teoria de que o local estava sendo assombrado pelos fantasmas dos mortos que cumpriram a quarentena forçada.
Os relatos dos pacientes, que incluíam descaso e abandono, somaram-se aos experimentos violentos que foram realizados no local, e o hospital psiquiátrico foi considerado um fracasso pelas autoridades do país, sendo fechado em 1968. De lá para cá, a ilha permaneceu inacessível para visitantes, sendo possível — apenas — a entrada de pesquisadores e autoridades do governo.
>>> OBS.: As estimativas atuais do número de mortos no total são, aproximadamente, 10 vezes maior que o número oficial, aproximando-se de 160.000 pessoas que morreram na ilha ao longo dos anos.
North Brother Island
Situada em Nova York, a North Brother Island, assim como a sua ilha-irmã, a South Brother Island, é um pedaço de terra que faz parte do imaginário da cidade e tem uma história bem parecida com a Ilha Poveglia.
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A história das duas ilhas começa em 1614, quando elas foram reivindicadas pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, mas, no final dos anos 1600, elas passaram para as mãos dos britânicos que, na época, estavam ocupando a área. Apesar de North Brother Island ter sido considerada propriedade privada por vários anos, ela ficou intocada até 1869, quando um farol solitário foi construído na ilha.
Em 1885, o Hospital Riverside mudou-se para lá vindo da Ilha Blackwell (North Brother Island continuava desabitada até então). O hospital havia sido fundado na década de 1850 como uma resposta à principal doença contagiosa da época, a varíola e, quando se mudou para North Brother Island, se tornou o lugar perfeito para isolar o número cada vez maior de doentes da cidade, incorporando aos seus serviços o isolamento para a febre tifoide, poliomielite e tuberculose.
O local também ficou conhecido por receber Mary Mallon, chamada pela mídia de ‘Typhoid Mary’, a primeira americana a ser identificada como portadora assintomática da bactéria patogênica Salmonella typhi. Acredita-se que ela infectou entre 51 a 122 pessoas com febre tifoide e foi mantida à força na ilha por duas décadas, até sua morte em novembro de 1938. Mary passou por diversos tratamentos experimentais durante o tempo em que ficou na ilha.
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De acordo com a revista Smithsonian, a necessidade de um hospital de quarentena em um local remoto diminuiu na década de 1930, pois os avanços da saúde pública diminuíram a necessidade de colocar em quarentena um grande número de indivíduos. Sabem por quê? Vacina no braço e cuidados para impedir a transmissão de vírus. O hospital foi fechado em 1943.
Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, a ilha serviu de abrigo temporário para os veteranos e suas famílias. Esse fato foi causado pela crise habitacional vivida nos país pós-guerra mas, depois que a crise diminuiu, a ilha voltou a ficar abandonada até que, em 1952, foi inaugurada uma clínica para tratar adolescentes dependentes químicos.
A administração da clínica alegava que oferecia uma variedade de tratamentos aos seus pacientes, mas os relatos mostravam que os métodos utilizados eram “medievais e nada humanizados”, com os usuários de heroína sendo trancados em um quarto até que estivessem totalmente limpos. Muitos pacientes afirmaram que foram mantidos lá contra sua vontade, o que foi um dos motivos que levou ao fechamento da instalação em 1963. A história serviu de inspiração para a famosa peça da Broadway “Does a Tiger Wear a Necktie?”, que lançou a carreira de Al Pacino.
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Desde então, prefeitos consecutivos da cidade de Nova York deliberaram sobre o que fazer com a ilha, desde vendê-la, acomodar os sem-teto ou usá-la como uma extensão da prisão de Rikers Island. Nenhuma decisão foi tomada, por isso permanece como uma grande cápsula do tempo, onde a natureza começou a reclamar o que é dela.
Ilha Sentinela do Norte, Índia
A ilha, situada na baía de Bengal, na Índia, é quase desconhecida do mundo. Além de estar coberta por um denso bosque, ela é habitada por um pequeno grupo de pessoas que evitam o contato com o mundo exterior, os sentineleses, o povo mais isolado do mundo.
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Estimados entre 40 e 500 indivíduos, os Sentineleses são tidos como extremamente hostis, rejeitando qualquer contato com outras pessoas e considerados como os últimos seres humanos a permanecerem completamente intocados pela civilização moderna. Devido ao denso bosque presente na ilha, é impossível avistá-los do alto.
Ao longo dos anos, houveram várias tentativas de travar contato com eles, mas pedras e flechas são disparada