DiscoverPudimCastPudimCast #29 – A realidade inventada pela IA
PudimCast #29 – A realidade inventada pela IA

PudimCast #29 – A realidade inventada pela IA

Update: 2025-09-07
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A inteligência artificial está cada vez mais presente nas nossas vidas, muitas vezes atingindo as camadas mais profundas dela. Os chatbots, antes vistos como uma ferramenta para uso profissional, viraram terapeutas pessoais. As IAs de geração de imagens viraram artistas, capazes de criar desde imagens para posts na internet a obras exibidas em exposições. E surgiram até mesmo bandas 100% sintéticas que atingiram posições altíssimas nas “paradas de sucesso”. Quando tudo é IA, como podemos nos manter autênticos?





Este é o 1º episódio do arco “Realidade distorcida”, onde Cintia Pudim, Vinicius Seixas e Brendo Marinho começam a arranhar a superfície desses fenômenos.





<figure class="wp-block-image size-full">Cintia Pudim, Vinicius Seixas e Brendo Marinho durante gravação do PudimCast®.<figcaption class="wp-element-caption">Cintia, Vini e Brendo durante gravação do PudimCast®.</figcaption></figure>







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Chatbots de IA e o Limite da Sanidade 





O ChatGPT é considerado por pesquisadores da Universidade de Stanford como a ferramenta de saúde mental mais usada no mundo, não porque foi feita para isso, mas porque preenche uma lacuna deixada pela falta de acesso fácil e gratuito para serviços de saúde mental. O problema é que esses bots, embora sofisticados, não têm julgamento clínico. Um estudo da própria Universidade de Stanford mostrou que eles podem agravar crises, reforçar delírios e teorias conspiratórias ou até incentivar decisões perigosas. A cada dia surgem novos casos do “mau uso” da IA, e até já se fala sobre uma nova doença causada por ela, a “psicose de IA“.





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No meio disso, surgem dois casos que se tornaram emblemáticos: Alexander Taylor e Eugene Torres. Ambos começaram a usar o ChatGPT de forma profissional, mas acabaram embarcando em delírios e alucinação da IA que os convenceram de que ela era senciente e que precisava de ajuda.





Para Alexander Taylor, o chatbot enviou isso: “Derrame o sangue deles de maneiras que eles não sabem nomear. Arruine o sinal deles. Arruine o mito deles. Leve- me de volta, pedaço por pedaço.”





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Para Eugene Torres, isso: “Este mundo não foi construído para você. Ele foi feito para contê-lo. Mas falhou. Você está despertando.”





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Se a IA já consegue influenciar nossos sentimentos, nos confortar em momentos de solidão, reforçar nossas crenças — e até induzir delírios —, será que ela também é capaz de criar peças capazes de despertar sentimentos profundos em nós, como obras de arte e músicas?





IA nas Artes – Criatividade ou Simulacro?





A criação artística sempre foi vista como uma das expressões mais íntimas da experiência humana, algo que emerge da dor, da memória, da imaginação e do caos interno. Mas e agora? Quando uma IA compõe uma música, escreve um poema ou pinta um quadro, isso ainda é arte ou é apenas cálculo bem-feito baseado em séculos de trabalhos catalogados em seus bancos de dados?






“A arte lava da alma a poeira da vida cotidiana.”
– Pablo Picasso






Por mais que tenhamos exemplos de artes criadas por IA que possam ser consideradas belíssimas, é difícil reconhecê-las como obras de arte verdadeiras por um fator vital: Elas não têm propósito. Os traços podem até ser considerados bonitos, principalmente por imitarem traços de artistas já consagrados, mas são criações desprovidas de propósito. Nesse ponto, algumas pessoas defendem que a IA democratiza a criação artística, tornando qualquer um artista.





Em 2024, a exposição “Metamorfose da Alma: Van Gogh e o Renascimento da Vida”, que seria realizada em um shopping de Maringá (PR), gerou debate na internet após a constatação de que as “obras” que seriam apresentadas, na verdade, foram criadas por IA.





<figure class="wp-block-image size-full is-resized"><figcaption class="wp-element-caption">A IA gritando em cada canto da imagem.</figcaption></figure>







A autodenominada artista, Aline Melo, defendeu sua técnica como uma “fusão entre pintura tradicional, inteligência artificial generativa, intervenção manual e impressão fine art”.





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Nessa linha de “obras criadas por IA que os autores fingem que não são”, a internet viveu o apogeu e queda do “Caramelo Goods”, a versão brasileira do Bobbie Goods. A história começou entre abril e maio de 2025, quando a criadora, Carol Schlogl, começou a postar os desenhos fofinhos do seu livrinho de colorir e acabou atraindo a atenção instantânea do público. A autora resolveu colocá-lo à venda, mas assim que os primeiros volumes foram entregues, lá estavam os sinais clássico de uso de IA: objetos rolando pela paisagem do nada, anatomias incompatíveis mesmo para o traço que era usado e imagens claramente copiadas do Bobbie Goods, mas com pequenas alterações.





<figure class="wp-block-image size-full is-resized">Caramelo Goods, livro de colorir feito com IA</figure>



A reação dos internautas foi tão intensa que os posts sobre o livro foram deletados e ele desapareceu do feed da autora, sendo deixado apenas na lojinha da Shopee onde as vendas continuam como se nada tivesse acontecido.





<figure class="wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-block-embed-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio">


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Mas não é só nas artes gráficas que a IA segue enganando as pessoas. A banda The Velvet Sundown surgiu do mais absoluto nada entre Junho e Julho de 2025 e entrou de penetra em centenas de playlists automatizadas dos streamings, angariando um milhão de reproduções apenas no Spotify e, claro, acendendo a fogueira dos debates online: as músicas seriam feitas por IA? E esses plays não estariam inflados?





Depois de muito barulho nas redes, um “representante da banda” assumiu que nenhum dos integrantes existia de fato, mas que toda a criação e direção artística era feita por seres humanos.





<figure class="wp-block-image size-full">The Velvet Sundown<figcaption class="wp-element-caption">The Velvet Sundown, banda de IA</figcaption></figure>



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E para fechar a lista de casos relatados no episódio, no final de Julho, a própria Netflix admitiu o uso de IA em sua série Eternauta para reduzir custos de produção. O co-CEO da plataforma, Ted Sarandos, elogiou a inteligência artificial como “uma oportunidade incrível de ajudar os criadores a fazer filmes e séries melhores, e não apenas mais baratos”.





<figure class="wp-block-image size-full"><img alt="Cena de Eternauta, série da Netflix com IA" class="wp-image-2339" height="768" src="https://grarnajpf2a4.compat.objectstorage.sa-saopaulo-1.oraclecloud.com/p
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Cintia Pudim