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Porque nos sabotamos no amor e na comunicação? Andreia Vieira

Porque nos sabotamos no amor e na comunicação? Andreia Vieira

Update: 2025-09-17
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E se o amor fosse, ao mesmo tempo, a maior bênção e a maior armadilha da nossa vida? Se a infância que tivemos, as presenças ou ausências que sentimos, moldassem para sempre a forma como comunicamos no amor, nas amizades e até na vida profissional? Porque nos sabotamos no amor e na comunicação? Andreia Vieira


A comunicação começa antes das palavras. Começa no olhar de uma mãe, no colo de um pai, no toque de quem nos cuida. É nesse silêncio inicial que se constrói o alicerce invisível da confiança. Quando esse chão falta, todo o diálogo futuro treme — e às vezes passamos a vida a repetir padrões, a sabotar relações, a confundir cuidado com controlo, presença com posse, amor com medo.


Porque nos sabotamos no amor e na comunicação? É uma questão central que muitos enfrentam ao longo da vida.


O episódio de hoje mergulha nesse território íntimo e universal: a comunicação nos afetos. E lembra-nos que comunicar não é apenas falar ou trocar mensagens rápidas num ecrã. É saber ouvir, dar espaço ao silêncio, ler gestos, interpretar olhares. É aceitar que também comunicamos quando não dizemos nada.


Mas como se aprende isso? Como se evita a autossabotagem que destrói tantas relações? E será possível amar sem medo?


A psicologia mostra-nos que as nossas histórias de infância deixam marcas invisíveis que moldam a forma como confiamos — ou desconfiamos. Quando não nos sentimos validados em crianças, arriscamos crescer a procurar provas de amor em cada gesto do outro, testando até à exaustão, muitas vezes afastando quem mais gostaríamos de manter perto. É uma espécie de profecia auto-realizável: “eu sabia que isto não ia correr bem”.


E o que fazer? É aqui que a comunicação volta a ser chave. Comunicar não é apenas falar — é reconhecer emoções, nomear medos, negociar limites. É ter a maturidade de dizer: “hoje não consigo conversar, amanhã retomamos”. É assumir responsabilidade emocional: eu sei que estou em baixo, mas isso não me dá direito a despejar no outro.


Neste episódio aprendemos pelo menos três lições fundamentais sobre comunicação:


Primeira: os vínculos constroem-se na autenticidade. Falar é importante, mas ouvir é ainda mais. Dar espaço ao silêncio é, muitas vezes, o gesto mais humano de todos.


Segunda: as emoções — mesmo as difíceis, como a raiva — podem ser transformadas em energia de proximidade, se forem comunicadas com clareza em vez de usadas como arma.


Terceira: numa era de amores líquidos, de relações descartáveis e ‘apps’ que prometem tudo em segundos, comunicar exige desacelerar. Requer tempo, presença e coragem para enfrentar os medos que carregamos.


O episódio abre também uma reflexão cultural sobre o papel dos homens e das mulheres no século XXI. Entre o peso dos papéis tradicionais e a sedução de discursos radicais que circulam online, muitos homens sentem-se perdidos. E muitas mulheres oscilam entre a autonomia conquistada e a tentação de repetir velhos padrões. Como comunicar nesse novo terreno? Como encontrar equilíbrio entre vulnerabilidade e força, entre presença e liberdade?


Não há receitas mágicas. Há consciência, reflexão e diálogo. Há o trabalho de olhar para dentro e de, em vez de procurar mudar o outro, perceber o que em nós precisa de cuidado.


Este episódio é um convite a revisitar a forma como comunicamos nos afetos, nas relações e até connosco mesmos. Porque comunicar melhor é, afinal, amar melhor — e amar melhor é, sem dúvida, viver melhor.

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