A Síria libertou-se de uma ditadura sem saber o que virá a seguir
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Uma ditadura com mais de meio século desmoronou-se em 12 dias. A queda de Bashar al-Assad, que se exilou na Rússia, pode ser o fim de uma guerra civil que dura há 13 anos e que provocou 300 mil mortos e cinco milhões de refugiados.
Os festejos que se seguiram quer na Síria, quer entre a diáspora, recordam imagens semelhantes de afegãos livres do regime taliban, em 2001, e de iraquianos satisfeitos com o derrube de Saddam Hussein, em 2003.
Mas o que se passou a seguir no Afeganistão e no Iraque nada teve a ver com a ideia de libertação. Será diferente na Síria?
O derrube inesperado de Bashar al-Assad é também uma derrota do Irão e da Rússia, os seus principais aliados, e terá implicações na geopolítica do Médio Oriente.
Os bombardeamentos de Israel a arsenais de armas estratégicas, entre as quais químicas, para impedir que os rebeldes se apoderassem delas, é já uma consequência disso.
Quem é e o que defende o Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, que, de forma tão inesperada e tão rápida tomou o poder em Damasco?
Este grupo jihadista descende de um ramo da Al-Qaeda na Síria, que se recusou a aliar ao Estado Islâmico, e promete moderação. Será?
Neste episódio, Manuel Poêjo Torres, investigador no Instituto de Estudos Políticos (IEP) da Universidade Católica e na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e consultador da NATO, ajuda-nos a perceber o impacto no Médio Oriente do que está a acontecer na Síria.
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