Coreia do Sul: da lei marcial à destituição do presidente
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O presidente sul coreano, Yoon Suk Yeol, declarou a lei marcial e cinco horas depois afirmou que a iria suspender. O recuo do presidente surgiu na sequência da aprovação, na Assembleia Nacional, de uma resolução exigindo o fim da medida.
A declaração de lei marcial proibiu "todas as actividades políticas" e atribuiu ao presidente o controlo sobre os meios de comunicação, o que provocou várias manifestações no exterior do parlamento. As Forças Armadas sul-coreanas proibiram o acesso dos deputados à Assembleia Nacional, enviaram soldados para dentro do edifício e puseram helicópteros a sobrevoar a zona.
Yoon Suk Yeol acusa a oposição, de centro-esquerda, de “actividades anti-estatais”, de “conspiração para uma rebelião” e de simpatizar com a Coreia do Norte.
O líder da oposição rejeitou as acusações e defendeu que “não há razão para declarar a lei marcial”. A decisão do presidente também foi criticada pelo líder do seu próprio partido político. E o mais provável é que seja sujeito a um processo de destituição, como já reclamaram vários deputados.
Esta foi a primeira vez que um presidente sul-coreano declarou lei marcial desde o fim da ditadura militar no país, no final da década de 1980.
Para nos explicar o que se passa na Coreia do Sul, convidamos Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Lusíada do Porto, que considera que a destituição do presidente “abre uma porta muito perigosa politicamente para a Península Coreana e pode estimular a Coreia do Norte” a uma eventual evasão do país vizinho”.
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