Médio Oriente: o que está a ser feito é ampliar a guerra e não a paz
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Ismail Haniyeh, líder do gabinete político do Hamas, foi assassinado no Irão. O facto de o assassinato ter ocorrido em território iraniano, logo após a posse do novo presidente do país, e não no Catar, onde Haniyeh residia, é, ao mesmo tempo, uma provocação e uma demonstração de força. A sua morte tem duas consequências imediatas: enfraquece o Hamas e enfurece o Irão.
Como responderá o Hamas à morte do seu líder, como responderá o Irão à violação do seu espaço soberano?
Depois da morte do líder do Hamas, o próximo alvo poderá ser o líder do Hezbollah. O eventual assassinato de Hassan Nasrallah e uma possível invasão do Líbano iria expandir a guerra no Médio Oriente para patamares seriamente preocupantes.
Esta escalada do conflito é também um desafio à presidência dos EUA, depois de Joe Biden e Kamala Harris terem insistido num acordo. Benjamin Netanyahu fez o contrário.
Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Portucalense, entende que o processo de paz fica em causa com a eliminação do líder político do Hamas, considerado um dos rostos mais moderados do movimento, e um dos dirigentes que considerava que havia alguma utilidade na negociação de um acordo.
A única certeza é esta: estamos mais perto do agravamento do conflito do que da sua resolução. A grande dúvida permanece: a paz interessa a quem?
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