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O que as cores nos ensinam sobre comunicação? Miguel Neiva

O que as cores nos ensinam sobre comunicação? Miguel Neiva

Update: 2025-10-08
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Imagina um mundo onde as cores não se distinguem.
Onde o vermelho e o verde se confundem, o azul é um rumor distante, e o laranja — aquele que te faz lembrar o verão — é apenas um tom indecifrável.
É esse o mundo de 350 milhões de pessoas no planeta: o mundo dos daltónicos.
Mas este episódio não é sobre visão. É sobre comunicação — sobre como o modo como representamos o mundo pode incluir ou excluir milhões de pessoas. O que as cores nos ensinam sobre comunicação? um tema essencial para entendermos melhor a diversidade na percepção das cores.


A cor, afinal, é linguagem.
E quando uma linguagem não é compreendida, o resultado é o mesmo de qualquer conversa mal traduzida: ruído, frustração, isolamento.
Foi ao reparar nesse ruído que um ‘designer’ português, Miguel Neiva, decidiu criar o ColorADD: um código visual que permite a quem não distingue cores… distinguir o mundo. O que as cores nos ensinam sobre comunicação? Miguel Neiva é uma reflexão que merece ser partilhada.


Parece uma ideia simples — e é precisamente aí que está o génio.
Porque comunicar bem é quase sempre isto: traduzir o complexo em claro, o técnico em humano, o invisível em visível.
O ColorADD nasceu no cruzamento entre design e empatia — e tornou-se uma nova forma de linguagem.
Mas esta conversa vai muito além do código. É sobre o que significa comunicar com propósito.
E sobre o que o design, a ciência e o ensino podem aprender uns com os outros quando o objetivo é servir o ser humano. O que as cores nos ensinam sobre comunicação? Miguel Neiva deve ser uma parte vital de nosso entendimento sobre as relações humanas.


Num tempo em que tanto se fala de inovação, o que distingue uma boa ideia de um simples artifício é a capacidade de resolver um problema real de forma compreensível a todos.
É isso que Miguel Neiva nos ensina: que o design é, no fundo, uma forma de tradução — a arte de dar forma visível às necessidades invisíveis.


Ao longo da conversa, há três grandes lições de comunicação que ficam:
1. A clareza é uma forma de respeito.
Quando simplificamos uma mensagem, não a empobrecemos: tornamo-la acessível.
E isso é um ato ético, não estético.
2. Uma boa ideia só existe quando é compreendida.
É fácil criar símbolos, difícil é criar significado.
A comunicação verdadeira exige empatia — ver o mundo com os olhos dos outros, mesmo quando esses olhos não veem as mesmas cores.
3. O design é linguagem.
Cada forma, cor, símbolo ou ausência deles comunica.
O segredo está em desenhar para todos, e não apenas para quem já entende o código.


Há, portanto, algo de profundamente político e humano nesta conversa.
Falamos de um sistema de cores, mas também de como nos vemos e ouvimos uns aos outros.
De como o ruído, o preconceito e o ego são as verdadeiras “cores trocadas” da comunicação humana.


No fundo, esta é uma história sobre o poder da simplicidade.
Sobre como uma linguagem clara pode tornar o mundo mais habitável, mais justo — e mais bonito.
E talvez seja esse o papel de quem comunica, ensina ou lidera: transformar o invisível em compreensão.
Como Miguel Neiva fez com as cores, também nós podemos fazer com as palavras.


LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO


00:00:00 :00 – 00:00:06 :10

Desconhecido

Viva Miguel Neiva, designer conhecido por ser o criador do Colorado.


00:00:06 :13 – 00:00:37 :07

Desconhecido

Vamos já falar sobre isso. Um código de cores que ajuda as pessoas daltónicos a saber que cor é aquela que ali está. Quem não é daltónico provavelmente nem sequer entende bem a dificuldade de disrupção que pode significar no mundo dessas pessoas. Viva Miguel, Tens uma cor favorita? Tenho uma coisa favorita e é muito curioso. Eu visto sempre de preto e se me perguntares como que preto não, confesso que não sei, mas a minha cor favorita é o laranja.


00:00:37 :09 – 00:01:10 :24

Desconhecido

Isso é muito engraçado porque. Memórias de infância O laranja era a cor sempre desprezada pelos meus amigos quando jogávamos jogos. E pior que o amarelo, era porque o laranja não havia nenhum clube de futebol laranja. Por isso o vermelho porque era dois ficam no Porto, um criou o verde e o laranja ficava sempre por último lugar. E eu criei uma relação muito engraçada com o laranja e o laranja e o azul são as minhas cores de eleição, embora não exista más, mas são as minhas cores de eleição.


00:01:10 :26 – 00:01:35 :27

Desconhecido

As cores dizem nos coisas, dizem nos e é muito engraçado e não sei se estou a antecipar aquilo que vamos falar lá à frente. Mas nós temos duas relações com a cor e além de cada um de nós, é uma racional e todos nós nos relacionamos, afinal, cada um tem uma relação.


00:01:35 :29 – 00:02:07 :23

Desconhecido

De partidos e até questões culturais. O nosso grupo é preto e branco, mas essa relação com cada um de nós, cada um de nós, tem com a cor da questão emocional. E muita tem a questão da psicologia, da cor. As pessoas, a maior calma de um bandeira, mas mostrando o meu trabalho em toda a minha relação com a cor, transportou me muito para a vertente racional da economia.


00:02:07 :23 – 00:02:11 :02

Desconhecido

Pois não é só.


00:02:11 :05 – 00:02:31 :09

Desconhecido

A desigualdade efetivamente entendida por todos da mesma forma. Portanto, sabemos que um vermelho e um vermelho sabemos que um azul é um azul. E o que é que ele significa? Um exemplo dos semáforos aí, é claro, não é? Estava de manhã para parar e, portanto, convém que a gente saiba porque é que não vermelho, se inícios foram conversações que se foram criando.


00:02:31 :11 – 00:02:53 :24

Desconhecido

Curiosamente mostra o quanto a sociedade se esqueceu que havia pessoas que não os viam corretamente, porque a ligação do verde e a maioria da confusão que um daltónico faz. E é precisamente sobre essas duas cores, exactamente entre o vermelho e o verde e que é o mais frequente grau de daltonismo. Tem incidências sobre a confusão de grandes, vermelhos, laranjas e dá a volta.


00:02:53 :26 – 00:03:15 :22

Desconhecido

Então significa que um condutor daltónico que olhe para um semáforo, eles estão na mesma ordem. Lá está o vermelho em cima, o amarelo e verde. Todos sabemos disso. Em princípio, fotograficamente, ele não recebe, não entende o vermelho como um vermelho. Ele não vê o vermelho, se tiver, se for daltónico. Isso é o que eu já estou perdido. O que é que.


00:03:15 :24 – 00:03:37 :05

Desconhecido

O que quer dizer esses temas todos, todas essas palavras todas que tu acabaste de nos colocar aqui? Há vários graus de daltonismo. Sendo que o mais frequente chama se ele transmitem experiências. Sobre a confusão, tem a.


00:03:37 :08 – 00:04:17 :24

Desconhecido

Para aí com muito pouca informação. É uma informação muito. Técnica ou científica? E relativamente àquilo. Que nós, o comum, tem que trocar as cores ou. Não, não é nada disso. E até me confunde cor com incidência muito grande sobre os vermelhos e os verdes, naturalmente, porque de outra mais pequena para os graus de incidência são de diferentes cores que tem a ver com os vários.


00:04:17 :26 – 00:04:36 :13

Desconhecido

E por isso a questão dos semáforos. Como falavas a orientação verde. Em baixo vai ver o vermelho verde, mas vai confundir mas a intensidade da luz que é escolhida por.


00:04:36 :15 – 00:04:41 :05

Desconhecido

Ter mais tempo, inclusivamente na frente.


00:04:41 :07 – 00:05:01 :25

Desconhecido

De. Estando no trânsito, já que falamos disso, não tem a ver só com os mapas, tem a ver com os sinais de estar sentado da frente. É uma luz, muito pouco. É uma cor que estava muito pouco dada. Por isso os laboratórios.


00:05:01 :27 – 00:05:31 :15

Desconhecido

E por isso não projectaram muito a luminosidade de mais tempo para ter a certeza que também está em exposição é porque precisa de mais tempo para reagir. Estou a pensar mais tempo para olhar. Então. E haveria uma cor, uma certa alternativa que pudéssemos colocar ao lado dos vermelhos, dos dos sinais de stop do carro para nós sabermos, para os daltónicos conseguirem perceber que está a travar os brancos, os amarelos, Não faço a mínima ideia.


00:05:31 :15 – 00:05:43 :07

Desconhecido

Seria uma exceção. Trouxeram nos o vermelho no para e o verde porque é norma, porque é uma norma, uma norma, uma composição de.


00:05:43 :09 – 00:05:53 :15

Desconhecido

Um dos autores não está entre os interesses de toda a gente ser discriminada precisamente por isso.


00:05:53 :17 – 00:06:21 :28

Desconhecido

Porque são tudo isso por causa dos partidos vermelhos que são as grandes, as grandes. Olha o que o design te ensinou sobre o processo de comunicação entre seres humanos. É muito engraçado. Eu costumo dizer que eu sou designer de formação e de paixão e não posso dizer O design é o seu conceito. Aquilo que hoje se fala de design é muito da mitologia, do design.


00:06:21 :28 – 00:06:57 :19

Desconhecido

Nós temos no nosso dia a dia uma decisão de como agora está na moda. Agora está na moda perceber o nome das coisas, mas sempre, sempre foi assim. Mas. Mas eu sempre acreditei que o design é muito mais do que criar bonito. Gente, sempre acreditei que tinha a competência e a missão de poder fazer um mundo melhor. E esta questão do daltonismo enquanto designer não daltónico, porque fez com que eu conseguisse trazer todo aquele conceito do design de forma adequada à função simplicidade de to

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