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Triângulos amorosos: por que nos metemos nisso? José Gameiro

Triângulos amorosos: por que nos metemos nisso? José Gameiro

Update: 2025-10-15
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Por que amamos quem amamos?


Porque é que, mesmo amando, desejamos outro?


E porque é que, tantas vezes, aquilo que devia aproximar-nos acaba por nos separar?


Quis saber tudo com o psiquiatra José Gameiro e especialista em amores e casos mau parados, separações e ressurreições relacionais


A comunicação é o fio invisível que sustenta o amor — e também o primeiro a romper-se quando a relação se gasta.


Triângulos amorosos: por que nos metemos nisso? José Gameiro


O tom muda, as palavras rareiam, o silêncio instala-se.


E, no entanto, é aí, nesse vazio, que o coração humano tenta reinventar o diálogo — consigo próprio e com o outro.


O episódio de hoje mergulha nesse território onde razão e emoção se confundem.


O nosso convidado é José Gameiro, psiquiatra, especialista em relações de casal e autor do romance O Outro — uma história que fala do desejo, da culpa e da busca impossível por completude.


Um romance sobre o que acontece quando o amor não chega, quando o quotidiano se torna demasiado previsível e o coração, insatisfeito, decide procurar sentido fora de casa.


Mas “O Outro” não é apenas uma narrativa sobre infidelidade.


É uma reflexão sobre o ser humano moderno — fragmentado, dividido entre o que sente e o que deve sentir.


E, sobretudo, sobre a forma como comunicamos dentro das nossas contradições: o que dizemos e o que calamos, o que confessamos e o que escondemos.


Porque os triângulos amorosos, no fundo, são também triângulos de comunicação.


Há sempre três vozes em conflito: a da verdade, a do desejo e a do medo.


Uma pede liberdade, outra pede pertença, a terceira tenta salvar a imagem que temos de nós próprios.


E é nesse campo minado que o amor contemporâneo tenta sobreviver.


Há quem pense que comunicar é escolher as palavras certas.


Mas comunicar é, acima de tudo, ter coragem para expor as nossas incoerências.


É suportar a nudez emocional de dizer “já não sei o que sinto”, e ficar ali — em silêncio — à espera que o outro não fuja.


Primeira lição:


O amor é uma língua que se fala com hesitação.


Não há gramática perfeita, nem tradução fiel.


As palavras envelhecem, os gestos mudam de sentido.


O que ontem significava amor, hoje pode soar a tédio.


Comunicar bem é aceitar que o idioma da intimidade tem de ser reaprendido todos os dias.


Segunda lição:


As relações não se quebram por causa do conflito, mas por falta de diálogo.


O não-dito é o verdadeiro veneno.


A omissão, o silêncio, a ausência emocional: são eles que corroem a ligação entre duas pessoas.


Gameiro recorda que não há pior solidão do que a de quem vive acompanhado, mas deixou de ser ouvido.


Terceira lição:


Amar não é possuir, é compreender.


Cuidar do outro é compreender o seu medo, a sua fadiga, a sua necessidade de espaço.


É saber rir no meio do caos, escutar sem interromper, aceitar que o amor também precisa de ar.


No fundo, esta conversa é sobre os dilemas universais da comunicação: o que acontece quando o discurso íntimo se esgota, quando o desejo se transforma em culpa, quando o humor desaparece e o silêncio se instala.


E é também sobre a redenção possível — o reencontro entre dois seres que aprendem a falar de novo, com menos certezas e mais ternura.


Porque o amor, como a linguagem, só existe enquanto é praticado.


Não há manual de instruções, mas há uma ética: a de tentar compreender o outro antes de se defender de si próprio.


E talvez seja essa a lição maior do episódio de hoje:


que comunicar é, sempre, um ato de amor.


E que o amor, quando se comunica mal, transforma-se num espelho estilhaçado — onde cada pedaço reflete uma parte de nós que ainda não aprendemos a escutar.


Neste episódio do Pergunta Simples, José Gameiro — psiquiatra, especialista em relações de casal e autor de O Outro — ajuda-nos a decifrar o amor, o desejo e o silêncio.


Falamos de triângulos amorosos, de empatia e das palavras que podem salvar uma relação.


Uma conversa sobre o que nos une, o que nos separa e o que ainda vale a pena tentar compreender.


LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO


0:13

Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação.

Há perguntas que atravessam séculos e resistem às respostas mais fáceis.

Porque amamos quem amamos?

Porque é que mesmo amando, desejamos outro?

E porque é que tantas vezes aquilo que deveria aproximar nos acaba, afinal, por nos separar?

0:32

Quis saber tudo sobre isto com o psiquiatra José gameiro, um especialista em amores e casos malparados, em separações e em ressurreições relacionais.

É tudo isto que vai poder ouvir uma pergunta simples desta semana, a comunicação é o fio invisível que sustenta o amor e também o primeiro a romper.

1:00

Se quando a relação se gasta, o tom muda, as palavras rareiam, o silêncio instala se.

E, no entanto, é aí.

Nesse vazio que o coração humano tenta reinventar o diálogo consigo próprio e com o outro.

O episódio de hoje mergulha nesse território onde a razão e a emoção se confundem.

1:17

O nosso convidado é José gameiro, psiquiatra especialista em relações de casal, autor do romance o outro, o seu novo livro, uma história que fala do desejo, da culpa e da busca impossível.

Pela completude, um romance sobre o que acontece quando o amor não chega, quando o quotidiano se torna demasiado previsível e o coração insatisfeito decide procurar um sentido fora de casa.

1:40

Mas o outro, o título do livro, não é apenas uma narrativa sobre infidelidade.

É muito mais do que isso.

É uma reflexão sobre o ser humano moderno, fragmentado, dividido entre o que sente e o que deveria sentir e, sobretudo.

Sobre a forma como comunicamos, dentro das nossas contradições, o que dizemos e o que calamos, o que confessamos e o que escondemos.

2:01

Porque os triângulos amorosos, no fundo, são também triângulos de comunicação.

Há sempre 3 vozes em conflito, a da verdade, a do desejo e a do medo.

Uma pede Liberdade, outra pede pertença e a terceira tenta salvar a imagem que temos de nós próprios.

2:19

E é nesse campo minado que o amor contemporâneo tenta sobreviver.

Há quem pense que comunicar é escolher as palavras certas, mas comunicar é, acima de tudo, ter coragem para expor as nossas incoerências é suportar a nudez emocional de dizer já não sei o que sinto e ficar ali em silêncio, à espera que o outro não fuja.

2:41

Tenho por isso 3 lições que aprendi ao longo desta conversa.

À primeira é que o amor é uma língua que se fala com hesitação.

Não há gramática perfeita, não há tradução fiel.

As palavras envelhecem, os gestos mudam de sentido.

O que ontem significava amor hoje pode soar a tédio.

2:58

Comunicar bem é aceitar que o idioma da intimidade tem de ser reaprendido todos os dias.

A segunda lição é que as relações não se quebram por causa do conflito, mas por falta de diálogo.

O não dito é o verdadeiro veneno ou emissão, o silêncio, a ausência emocional.

3:14

São eles que corroem a ligação entre 2 pessoas.

José gameiro recorda que não há pior solidão do que aquela de quem vive acompanhado, mas deixou de ser ouvido.

A terceira lição é que amar não é possuir, é compreender.

Cuidar do outro, é compreender o seu medo, a sua fadiga, a sua necessidade de espaço.

3:32

É saber rir no meio do caos, escutar sem interromper, aceitar que o amor também precisa de ar, de oxigénio no fundo.

Esta conversa é sobre os dilemas universais da comunicação.

O que acontece quando o discurso íntimo se esgota, quando o desejo se transforma em culpa, quando o humor desaparece e o silêncio se instala.

3:51

E é também sobre a Redenção possível, o reencontro entre 2 seres que aprendem a falar de novo, com menos certezas e mais ternura.

Porque o amor como linguagem só existe quando é praticado.

Não há manual de instruções.

Mas há uma ética, a ética de tentar compreender o outro antes de se defender a si próprio.

4:09

E talvez esta seja a lição maior deste episódio, que comunicar é sempre um ato de amor, que o amor, quando se comunica mal, transforma se num espelho estilhaçado, onde cada pedaço.

Reflete uma parte de nós que ainda não aprendemos a escutar, psiquiatra, psicólogo, agora escritor, romancista.

4:29

Sou psiquiatra ou sou psicólogo?

Psiquiatra, mas mas é doutorado em psicologia.

Sou doutorado em psicologia, mas sou psicólogo, sou psiquiatra, sou médico.

E agora, como é que se meteu AA escrever um livro a escrever um a escrever um romance?

Eu acho que não quer dizer.

A editora chama lhe um romance formalmente.

É porque não é um livro técnico, quer dizer, quando com o juíz, com o outro.

4:46

Descobri até agora sobre casais.

Tinham muita técnica, de trapeia de casal, o que é que acontecia, como é que era, como é que não era, como é que ele fazia, como é que os casais faziam?

Este não tem nada de técnico, rigorosamente nada.

Isto são 3 personagens que se cruzam ao longo da vida e é uma história de um diário.

São 3 diários íntimos de 3 pessoas, um casal EE uma terceira pessoa, que é o outro, que é.

5:06

O que é o título ao livro, não é?

Que é o outro não é uma outra não.

É o outro de propósito, é o outro, porque a gente está muito habituados à outra e eu achei é pá.

Temos um preconceito de lavar a cabeça.

Temos algum preco

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